Priiiii. Decorridos 87 dias desde o último apito que se ouviu na liga portuguesa, soprado por Vítor Ferreira para assinalar o final do Paços de Ferreira - Vitória Guimarães, voltou a soar silvo idêntico no Portimão Estádio, quando Hugo Miguel indicou o reinício da competição, que uma pandemia provocada pelo surto de covid-19 ameaçou terminar a 8 de março, dez jornadas antes do tempo. Jogue-se então. Priiiii!

Um tiraço do meio da rua de Lucas Fernandes para ver e rever chegou para uma importante vitória do Portimonense, num jogo em que começou tímido e terminou com personalidade na defesa dos três pontos.

Embora não esteja já a salvo, o Gil Vicente navega em tranquilidade e isso viu-se nos minutos iniciais, com a equipa de Vítor Oliveira a assumir o controlo e a tentar explorar a intranquilidade dos algarvios, para quem este jogo (tal como os outros que se seguem...) era de importância extrema para a concretização dos seus objetivos.

Assim, a maior atividade do Gil Vicente originou algumas situações complicadas para a baliza do Portimonense, com Sandro Lima a ser desarmado por Willyan, quando estava em boa posição de remate. Pouco depois num contra-ataque na sequência de um canto a favor dos algarvios, apareceram quatro gilistas para dois adversários, mas a jogada perdeu-se num remate cruzado Rúben Ribeiro que passou ao lado. Duas ameaças e ainda não se tinham jogado dez minutos.

FILME E FICHA DE JOGO.

O Portimonense teve dificuldade em reagir e depois de um tímido tiro de Hackman em zona frontal facilmente encaixado por Denis, o Gil Vicente voltou a ser perigoso numa jogada conduzida por Rúben Ribeiro, com Baraye a rematar para Gonda sacudir a bola junto ao relvado. Na recarga, Rúben Ribeiro atirou para corte de Willyan.

Não se jogava a ritmo elevado - a longa paragem para isso terá contribuído - e os algarvios foram equilibrando as operações: a posse de bola foi mais dividida e Denis também sentiu a sua baliza em perigo, principalmente num lance conduzido por Hackman, que perto da meia-hora ganhou a linha de fundo e cruzou para a pequena área a solicitar o encosto de Aylton Boa Morte ou de Jackson, mas a intenção de golo foi cortada por Ygor Nogueira. E daí até ao intervalo... descanso para os dois guarda-redes.

Lucas Fernandes veio com a mira afinada após o intervalo e do meio da rua puxou o pé direito para um golaço, com a bola a descrever um arco e a entrar no lado direito da baliza defendida por Denis, que só teve tempo para olhar e ver a bola embater no poste antes de entrar.

Foi uma bomba de moral e tranquilidade que recebeu a equipa orientada por Paulo Sérgio, que conseguiu administrar o ritmo e obrigou a equipa adversária a jogar mal, encurtando espaços.  Vítor Oliveira ainda tentou mexer com o seu ataque e a vinte minutos do final trocou de extremos, fazendo entrar Hugo Vieira e Samuel Lino, mas sem consequências práticas.

E, embora as oportunidades de golo não abundassem, o Portimonense conseguia ser mais arrojado, como numa boa combinação entre Lucas Fernandes e Aylton Boa Morte que deixou Jackson Martinez com a baliza à mercê. O colombiano não conseguiu no entanto chegar à bola. Sem conseguir entrar na área, os gilistas só tinham como opção o remate de longe, mas a pontaria não foi a melhor.

Perto do final, o Portimonense ainda marcou por Aylton Boa Morte, mas o golo foi anulado por Hugo Miguel por fora de jogo de Vaz Tê no início do lance. Com os três pontos na mão, defendê-los foi a primeira opção da equipa de Paulo Sérgio, fazendo-o com critério e sem recuar - como se disse anteriormente, o Gil Vicente não conseguiu entrar na área algarvia - e reforçada com a entrada de Jadson, mais um central. Uma decisão acertada e que deu três preciosos pontos para a batalha da permanência.