A FIGURA: Jonas

Philipe e sobretudo Vinícius raramente lhe deram um palmo durante os 90 minutos... Porém, já nos descontos, o pistoleiro do costume apareceu para matar o jogo. Bola no pé de Jonas+espaço=golo! É uma equação simples de fazer e o resultado já toda a gente conhece. Jonas resolveu, fez o 29 na Liga e ganhou fôlego na corrida pela Bota de Ouro do futebol europeu… Tudo na mesma semana em que foi convocado para a seleção brasileira.

 

O MOMENTO: Minuto 90’+3. Jonas não faz descontos na hora de cobrar

Olhava-se para o relógio, já no período de descontos, quando Jonas apareceu para resolver. O amortecimento de Carcela foi primoroso, mas o mérito maior vai para o instinto matador de Jonas, que surge na área para disparar… Minutos antes (87’), Rúben Ribeiro podia ter resolvido na área contrária quando dançou na frente de Eliseu e disparou a centímetros da baliza de Ederson. Ribeiro perdoou… Jonas não. Momentos assim ajudam a definir campeonatos.

 

OUTROS DESTAQUES:

Pizzi

Joga sempre em alta rotação. Em largos momentos do jogo foi ele o turbo de um meio-campo do Benfica que demorava demasiado tempo a carburar. Pela esquerda, na primeira parte, ou mais sobre a direita, depois da entrada de Carcela, Pizzi explorou os flancos quando o jogo afunilava, cobrou bolas paradas com perigo e colocou o Boavista em alerta até sair, extenuado, a cinco minutos do final.

Ederson

Ninguém nota a ausência de Júlio César e esse é o melhor elogio que se pode fazer ao jovem guarda-redes brasileiro. Hoje, Ederson voltou a dar segurança na baliza. E se entre os postes não teve tanto trabalho assim, apesar do fluxo ofensivo do Boavista, fora deles esteve sempre muito atento, como quando saiu aos pés de Renato Santos e Rúben Ribeiro, ainda no primeiro tempo, ou, já no segundo, quando voltou a fazer de líbero para resolver de cabeça um contra-ataque axadrezado.

Rúben Ribeiro

Palavras para quê? É craque… Só quem tem andado desatento aos jogos do Boavista ainda não tinha percebido isso. Rúben exagerou algumas vezes no drible, é verdade, mas também pôs a cabeça em água aos defesas encarnados. Ganhou faltas atrás de faltas, mostrou a paleta de habilidades e, acima de tudo, esteve taticamente disciplinado e não raras vezes apareceu em missões defensivas; por exemplo, até a fazer um carrinho a Renato Sanches. Aos 87 minutos, teve a vitória nos pés, quando partiu os rins a Eliseu e rematou forte… Falhou por centímetros um prémio que era bem merecido para a sua exibição de gala.

Renato Santos

Além de Rúben, Zé Manuel e, mais tarde, Luisinho, foi outra seta apontada à baliza encarnada. A assistir, a rematar, a correr durante quase toda da partida como se tivesse uma bateria sobresselente. Foi dele a melhor oportunidade do Boavista, a par do remate de Rúben Ribeiro aos 87’: logo no início da segunda parte (48’), chutou rasteiro com a bola a passar bem perto do poste.

Afonso Figueiredo

O jovem lateral esquerdo formado no Sporting fez uma exibição quase irrepreensível. Sálvio, Pizzi e até Carcela, já perto do final, apareceram sobre o seu flanco, mas raramente tiveram um palmo. Grande exibição!