O FC Porto averbou neste domingo a quinta derrota sob o comando técnico de José Peseiro e chegou às onze na temporada 2015/16. Julen Lopetegui somou quatro desaires, com o interino Rui Barros a assumir a responsabilidade pelas outros dois.

Os dragões atravessam novo momento delicado, num cenário de instabilidade desportiva que se arrasta há praticamente três anos. Aliás, observando esse ciclo iniciado com Paulo Fonseca (curiosamente, o adversário deste domingo), percebe-se que Pinto da Costa lida com um cenário nada habitual no seu legado como presidente do clube.

Desde o arranque da temporada 2013/14, após a saída de Vitor Pereira, o FC Porto teve cinco treinadores no banco e contabiliza 28 derrotas, com a terceira época ainda a decorrer.

Paulo Fonseca conquistou o último título dos dragões, a Supertaça em agosto de 2013, e José Peseiro tem oportunidade de quebrar esse registo negativo na final da Taça de Portugal, sem perder matematicamente as esperanças na Liga.

Após 12 derrotas na época de Paulo Fonseca/Luís Castro, Julen Lopetegui chegou para averbar apenas 5. Porém, o cenário piorou na presente temporada, onde o espanhol levava já 4 desaires, para um total de 11 até ao momento.

Olhando para trás, só por uma vez o FC Porto teve maior número de derrotas num triénio.

Em 2004/05, os dragões perderam por onze vezes, numa época com três treinadores – Luigi Del Neri, Victor Fernández e José Couceiro – mas recuperou em pouco tempo e voltou à rota dos títulos logo depois, com Co Adriaanse.

O outro ciclo tremendamente negativo no legado de Pinto da Costa remonta a 1999/2002.

Fernando Santos ficou conhecido como o Engenheiro do Penta mas ficou em 2º lugar nas épocas seguintes, averbando 10 derrotas em cada uma. Ainda assim, conquistou duas Taças de Portugal e uma Supertaça.

Octávio Machado foi o eleito para a sucessão mas sucumbiu na pior época pós-Pinto da Costa. Arrancou com a conquista da Supertaça, foi substituído por José Mourinho e o FC Porto terminou a temporada 2001/02 com 16 derrotas e o terceiro lugar no campeonato, exatamente o mesmo que ocupa agora.

Nessa altura, porém, Mourinho era visto como uma aposta para o futuro e ia já lançando as bases para um dragão de ouro, após 36 desaires em 3 anos. Terá José Peseiro igual capital de confiança junto da estrutura e dos adeptos?