A FIGURA: Miguel Layún
Chegou no último dia do mercado por empréstimo. Veio como tapa buracos. Do lado esquerdo da defesa, sobretudo, mas também do lado direito ou até no setor mais defensivo do meio-campo. Nem dois meses passam e o mexicano assume-se não só como um titular indiscutível dos dragões, como um dos mais regulares do “onze” de Lopetegui. Hoje, jogou pela direita, para ocupar o flanco do ausente Maxi, e foi o único a manter o norte num duelo em que demasiada gente ficou a zeros. Layún foi simplesmente o melhor em campo. Tentou o golo aos 33’, num remate que levou a bola perto do poste, assistiu Aboubakar como quase mais ninguém, marcou cantos de um e de outro lado e foi pendular, a defender e a atacar. O que mais se pode pedir a um lateral?
 
O MOMENTO: Minuto 40. Kritciuk ganha o mano-a-mano com Tello
O FC Porto estava no melhor momento. Aproximava-se da baliza de Kritciuk e o golo parecia iminente. Pois, Tello teve-o nos pés. Brahimi descobriu o extremo espanhol, que ao contrário do que tantas vezes acontece dominou bem e entrou na área. A partir dali era só ele e o guardião russo, pela frente. Um duelo mano-a-mano e uma só bala nos pés do atirador… Com a responsabilidade nos pés, o extremo tremeu. Rematou contra o guarda-redes e revelou intranquilidade a finalizar. Como tantas vezes acontece…

O PIOR: Imbula
A capacidade de progredir com a bola é inversamente proporcional à sua certeza de passe. A equipa ressente-se disso mesmo e torna-se quase estática, quando ele não se assume como médio de transição capaz de fazer as suas arrancadas. Hoje foi um daqueles dias em que nove em cada dez passes do francês foram para o lado ou para trás. Imbula arriscou pouco e quando arriscava perdia a bola. Foi uma noite para esquecer (um pouco à imagem da última terça-feira, frente ao Maccabi Telavive) e voltou a sair a meia-hora do final, desta vez para entrar Bueno.
 
OUTROS DESTAQUES:
Aboubakar

Não acertou na baliza e desde 12 de setembro (frente ao Arouca, na jornada 4) que não marca para a Liga. Ainda assim, foi dos poucos portistas a criar perigo real para a baliza do Sp. Braga. Aos 71’ rematou a rasar o poste, mas foi ainda no início do jogo, aos 9’, que teve nos pés um golo de bandeira. O lance sintetiza tudo aquilo o que é Vincent Aboubakar: corrida desenfreada, toque de calcanhar a tirar o adversário da jogada e remate colocado, de fora da área. Seria um golão. Mas o jogo acabou a zeros.

Brahimi
Mesmo quando não decide o jogo, está sempre debaixo do foco. Desta vez, o “malabarista” argelino teve vida difícil. Apanhou Baiano pela frente e não raras vezes procurar espaço no centro do terreno. Mesmo assim, mesmo com os centímetros contados pelo flanco, Brahimi precisa de um palmo para criar perigo. E aos 43’ quase encontrou a nesga de terreno na linha de fundo de que geralmente precisa para fazer a diferença. Não chegou para o golo, que também não surgiu aos 55’, quando seguia isolado e adiantou demasiado a bola. Saiu logo a seguir, aparentemente, com uma lesão muscular na coxa.

Cissokho
Não é o mesmo jogador que saiu em 2009 do Dragão por 15 milhões de euros, após ter valorizado 50 vezes em apenas meio ano. Hoje Cissokho teve a sua oportunidade e não a agarrou. Não esteve particularmente desastrado, mas mostrou algumas desconcentrações a defender, apesar de não ter comprometido. A atacar é que foi praticamente inexistente, com uma exceção, que quase valia ouro: um cruzamento rasteiro em cima dos 45’ que Kritsciuk agarrou antes de Aboubakar faturar.

Stojiljkovic
É um nome difícil de pronunciar (e de escrever), mas vale a pena decorá-lo. O avançado sérvio mostrou serviço no Dragão ao ser chamado para substituir Hassan, o goleador ausente. Foi de “Stoj” (abreviemos…) o primeiro remate da partida e o único do Sp. Braga em toda a primeira parte, por cima da baliza. Porém, é sobretudo pelo trabalho na frente de ataque que o avançado dos minhotos merece referência. Nunca deu uma bola por perdida. Os centrais portistas que o digam…

Rafa
O contra-ataque bracarense dependeu em boa parte dele na segunda parte. Rafa é um talento, capaz de progredir com a bola e meter velocidade no jogo. Mostrou sobretudo isso e mais um par de remates com perigo relativo à baliza de Casillas.

Baiano
Paulo Fonseca confiou-lhe a titânica tarefa de marcar Brahimi e o brasileiro assumiu a missão dada como missão cumprida. Baiano é um jogador experiente, bem mais posicional do que o seu compatriota Marcelo Goiano, que substituiu no onze, e soube manter a concentração sempre que Brahimi lhe surgiu pela frente. Baiano atacou pelo seguro, mas surgiu na área portista algumas vezes e num lance de contra-ataque obrigou Marcano a fazer falta para amarelo. A única falha defensiva aconteceu aos 45’, quando falhou uma bola dividida com Cissokho, que quase assistiu Aboubakar para o golo.