O Benfica entrou em campo confiante, mas assim que baixou a guarda levou um pontapé do Estoril. Abanou, recuperou dúvidas e hesitações, mas depois da pausa (e da entrada de Mitroglou) embalou para uma reviravolta que permite reduzir para dois pontos a distância para o líder.
 
Um triunfo justo, tendo em conta sobretudo a exibição na etapa complementar, a jogar para a «baliza grande», com o Benfica impulsionado pela bancada onde estava a maior falange de adeptos com as suas cores. A equipa de Rui Vitória ainda está atrás do rival, mas agora a depender apenas de si. Como é óbvio não é a única equipa nessa condição (mesmo o FC Porto pode vir a dizer o mesmo), mas nas últimas semanas recuperou muito terreno, e isso tem alimentado a confiança da equipa.
 
Moralizado por cinco vitórias consecutivas (quatro delas na Liga), e pelo empate do Sporting na véspera, o Benfica entrou em campo confiante, e a beneficiar de muito espaço nos minutos iniciais. Sobretudo Pizzi, presente nos três primeiros lances de perigo do jogo.
 
O primeiro remate foi seu, de resto (5m), para depois servir um remate ao poste de Jonas, com Carcela a atirar à malha lateral na recarga. Sempre a criar desequilíbrio na zona central, Pizzi abria o corredor para André Almeida, que logo a seguir obrigou Kieszek a defesa apertada (11m).
 
Só que perante uma entrada forte do Benfica o Estoril respondeu com eficácia, chegando ao golo na primeira ocasião clara. O cruzamento de Anderson Luís apanhou Jardel a meio do caminho e Leo Bonatini antecipou-se a Lisandro para inaugurar o marcador.
 
Foi um golpe na confiança do Benfica, que nos minutos seguintes revelou intranquilidade e acumulou erros no mais simples dos passes.
 
Ainda assim a equipa de Rui Vitória ia criando algumas situações de golo, mas sem a eficácia do adversário. Perdulário uma vez mais, Raúl Jiménez não aproveitou uma distração de Diego Carlos e atirou contra Kieszek (14m). Renato Sanches também tentou a sorte de livre direto mas falhou por pouco, tal como Jonas, que de cabeça ficou a centímetros do golo (42m).
 
Contágio grego
 
Jiménez acabou mesmo por ficar no balneário ao intervalo e Mitroglou deu uma injeção de confiança à equipa. O grego entrou moralizado, inclusive com vários toques de calcanhar, e à segunda tentativa restabeleceu a igualdade (52m).
 
Estava dado o mote para a reviravolta encarnada, impulsionada pelo apoio vindo da bancada do lado para o qual a equipa atacava, e onde estava a falange maior de adeptos com as suas cores.
 
Uma estranha abordagem de Kieszek a um «balão» quase dava um golo caricato ao Benfica, que ainda reinvindicou que a bola tinha passado a linha, mas logo a seguir a festa foi real. Jonas lançou Pizzi no lado direito da área e este confirmou o estatuto de melhor em campo com um remate cruzado, a dar vantagem ao Benfica.
 
Mesmo depois de consumada a reviravolta foi o Benfica que continuou mais perto do golo, com Kieszek a negar o golo a Jonas e depois a Jardel (75 e 87m).
 
O jogo ainda teve depois uma curta pausa devido a uma quebra no sistema de iluminação, mas o Benfica só sofreu um pequeno calafrio já em período de descontos, com Mano a desviar um canto ao primeiro poste, para defesa de Júlio César.