A iluminação do Estádio D. Afonso Henriques esteve intermitente durante o jogo. Ameaçou a escuridão e acabou por ser o espelho da despedida do V. Guimarães da presente edição da Liga Europa. Faltaram os holofotes à noite europeia ambicionada, o empate a uma bola não serviu a ninguém e acabou por ser o Marselha a única equipa a cumprir com os serviços mínimos.

As contas eram fáceis de se fazer, complicadas de executar. Vitória e Konyaspor tinham de ganhar e esperar que o Salzburgo ganhasse em Marselha. Ninguém, no duelo entre portugueses e turcos, ousou ganhar e o Marselha também não perdeu. Seguem austríacos e franceses para os 16 avos de final.

O último jogo do conjunto de Pedro Martins esteve longe de ser brilhante, o Vitória não perdeu no D. Afonso Henriques na fase de grupos, mas acaba no último lugar do Grupo I, muito por força daquilo que não conseguiu nos jogos fora de portas, em que não conquistou qualquer ponto. Diante do Konyaspor faltou clarividência e sobrou ansiedade aos minhotos.

Arte de Bourabia a abrir

O conjunto vimaranense até fez por entrar bem no jogo, aguerrido e a invadir o meio campo adversário. Mas desde cedo se notou que as tomadas decisão iam sendo travadas pela ansiedade e os passes raramente saíram enquadrados, os duelos foram abordados com nervosismo. Para piorar a situação a dualidade de critérios nas primeiras faltas, com dois avisos para Sahiner e cartolina imediata para Celis, enervaram ainda mais o V. Guimarães.

Alheio a isto, Bourabia apontou um golo aos quinze minutos e virou o jogo completamente ao contrário. Grande remate do meio da rua do médio marroquino. Fez um compasso de espera, face à ausência de colegas em boa posição atirou ao ângulo da baliza de Douglas, assinando um grande golo.

A vantagem de turca valeu até ao intervalo, assistindo-se a meia hora de futebol muito atabalhoado do Vitória. O querer esteve lá, faltou clarividência e serenidade para articular jogo e para criar lances de real perigo. Um cabeceamento desastrado de Hurtado, na pequena área, foi o expoente máximo do ataque do Vitória.

Mas o Koyaspor não se encolheu e respondeu quase de imediato com Evouna a aparecer rapidíssimo nas costas da defesa, a driblar Douglas mas já em queda e com a pressão de Pedrão a atirar ao lado.

Travessões mantêm igualdade

Depois do descanso praticamente só deu Vitória, que correu atrás do resultado, mas a noite foi definitivamente de desinspiração completa. Cruzamentos, quase sempre em esforço para as mãos de Serkan, foram recorrentes, mas sem perigo e geralmente de fácil resolução para o último reduto turco.

Apenas com um autogolo, com felicidade à mistura, o Vitória conseguiu o empate. Cavalgada de João Aurélio na esquerda, o cruzamento esbarra em Ali Turan, que trai o guarda-redes e marca na sua própria baliza.

Valeram os travessões de ambas as balizas a segurar o empate a uma bola. Moke atravessou à barra da baliza de Douglas com um golpe de cabeça, nos descontos foi Hurtado a rematar em arco de primeira e a atirar também ao travessão.

Já com as contas arrumadas, o apito final de Marselha acabou com os sonhos do V. Guimarães e do Konyaspor, a equipa portuguesa criou duas situações de perigo, lutando desesperadamente pelo triunfo, mas sem sucesso.

Os empates da derradeira jornada do Grupo I arrumam as duas equipas da Liga Europa. O Konyaspor consegue em Guimarães o primeiro ponto fora de portas da sua história nas provas europeias e deixa o V. Guimarães no último lugar. Desligam-se, definitivamente os holofotes europeus da presente temporada do Vitória de Guimarães, sem brilho.