Júlio Mendes, antigo presidente do Vitória de Guimarães, anunciou esta sexta-feira que retirou a sua candidatura à Liga Portugal, depois de ter surgido um terceiro candidato na corrida, neste caso, José Mendes, que se junta a Reinaldo Teixeira
«O surgimento de mais um candidato implicará uma disputa eleitoral a três que provocará graves cisões. Criará um terreno fértil ao desenvolvimento de uma estratégia de 'dividir para reinar', enfraquecendo a futura liderança. Para este cenário não estou disponível para contribuir», explica Júlio Mendes em comunicado.
Leia o comunicado de Júlio Mendes na íntegra:
«No passado dia 5 de março, através de entrevista a um reputado jornal desportivo, manifestei a minha intenção de apresentar uma candidatura à presidência da Liga Portugal. Expressei a convicção de que tenho o melhor projeto e da melhor equipa para projetar o nosso futebol profissional para novos patamares, baseado em princípios de equidade, justiça e rigor, num novo paradigma resultante da democratização impulsionada pela negociação centralizada dos direitos televisivos.
A excelente recetividade e apoio dos clubes a propostas como a alteração do modelo de governação ou a credibilização da arbitragem, entre outras, foram um reforço motivacional e a confirmação de que deveria abraçar este projeto.
Tenho noção de que os desafios que se apresentam são enormes e obrigarão a grandes capacidade de execução e experiência. Sobretudo, porque pouco se fez desde a publicação da lei da centralização, continuando a Liga Portugal numa espécie de “ponto-morto” à espera de eleições.
O sucesso de qualquer programa para os próximos anos da Liga Portugal só é possível se a nova liderança poder governar num clima de grande sintonia e união dos seus associados, os clubes. Deve haver consenso no desiderato comum para o bem do futebol profissional, e resistência a uma recente pulsão centralizadora que dilua a autonomia das sociedades desportivas, revertendo tudo o que se conquistou ao longo de quase cinquenta anos.
Ora, o surgimento de mais um candidato implicará uma disputa eleitoral a três que provocará graves cisões. Criará um terreno fértil ao desenvolvimento de uma estratégia de “dividir para reinar”, enfraquecendo a futura liderança. Para este cenário não estou disponível para contribuir.
Sendo coerente com os princípios que defendo, sei que neste contexto o meu melhor contributo para o futebol português é retirar-me da corrida eleitoral.
Agradeço a todos os que comigo trabalharam na construção de um projeto credível e ambicioso, e a todos os clubes que me apoiaram.
Desejo o maior sucesso ao futuro presidente da Liga».