Em jornada de dérbi em Alvalade, o FC Porto fez o que lhe competia e vai assistir ao Sporting-Benfica com outra tranquilidade.

Um Dragão que agora espreita o olho no duelo lisboeta a Sul não perdeu o Norte. Foi sério o suficiente para não dar azo a surpresas. Ao que o Rio Ave tinha feito, por exemplo, na casa do leão (empate, 1-1). Luis Díaz e Evanilson garantiram que os dragões vão, no mínimo, ganhar pontos a um dos rivais. Reforçam o segundo lugar ou aproximam-se do líder. Ou as duas coisas. Ao final da noite saberemos.

Na estreia como treinador da equipa de Vila do Conde, Miguel Cardoso foi muito interventivo para dentro de campo. Esteve sempre de pé, mas sai sem pontos no jogo de estreia e regresso ao Rio Ave, que tanto precisa de pontos para caminhar com mais tranquilidade.

Com Otávio como grande baixa, Conceição recolocou Sérgio Oliveira com Uribe no meio-campo, fazendo regressar Marchesín e Marega. Se o argentino foi competente quanto-baste nas escassas – mas perigosas – ocasiões do Rio Ave, o maliano teve uma noite para esquecer. Valeu a capacidade de Taremi quebrar a defensiva. A de Luis Díaz desequilibrar com rasgos individuais.

O FC Porto chegou ao intervalo a justificar a vantagem pelo que fez. Mas só conseguiu o 1-0 perto do intervalo, aos 44 minutos. Luis Díaz começou por ser perdulário em duas ocasiões, mas à terceira deu uma sapatada na ineficácia. O colombiano, após uma bela receção de peito na área, orientou o remate de Taremi defendido por Kieszek, estando lá depois para a recarga.

O Rio Ave, que não rematou à baliza na primeira parte, teve em Gelson Dala um único lance de aviso. Foi aos nove minutos, na primeira vez – sim, primeira – que o Rio Ave saiu com bola do seu meio-campo defensivo. Provocou-o uma entrada decidida e ofensiva do dragão.

Foi quase só do instinto de Dala na área e das incursões de Ivo Pinto pela direita que viveu o ataque do Rio Ave. O lateral-direito teve grande entrega ao jogo, o angolano acrescentou dois avisos após o intervalo. Um foi por cima (50m), outro defendido pelo peito de Marchesín (73m). Pelo meio, num cruzamento de Ivo Pinto, o desvio de Ronan quase provocou um autogolo de Mbemba (58m).

O FC Porto sentiu a melhoria do Rio Ave na segunda parte, mas lá está: não perdeu o Norte. O sentido de que este era – como todos, claro – um jogo importante de ganhar. Mas com a particularidade de haver dérbi.

O minuto 74 tratou de tirar todas as dúvidas e de dar a tranquilidade que o FC Porto precisava, logo após a melhor ocasião de Gelson Dala.

Evanilson, saído do banco, teve na crença de Taremi a felicidade. O iraniano apostou tudo no lance com Aderllan, desarmou-o, ganhou espaço e cruzou atrasado para o desvio eficaz do brasileiro.

A vantagem de 2-0 deu outra tranquilidade. O Dragão vai para casa, mas com pouco descanso. Afinal, isto é de três em três dias. Quinta-feira é no Jamor, com o Belenenses SAD, com a certeza de que esta vai ser uma jornada positiva.