Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em declarações na conferência de imprensa, após a derrota na Madeira, frente ao Marítimo.

«Antes de mais, parabéns ao Marítimo pela vitória. Dominámos o jogo, efetuámos muitos cruzamentos, alguns remates, tivemos algumas oportunidades, reagimos muito bem à perda de bola… Mas não estamos a conseguir concretizar. Tivemos as nossas oportunidades para fazer golo e podíamos ter feito. Fazendo golo, os índices de confiança da equipa sobem, não fazendo golo, estamos sempre sujeitos a uma transição ou um contra-ataque, uma ou outra situação esporádica do adversário, que espera por esse momento, e foi isso que aconteceu.

O Marítimo esperou o seu momento e conseguiu fazer golo. Nós andámos a bater contra a defesa, mas não conseguimos concretizar. Estamos numa fase em que não estamos a conseguir concretizar e isso não acontecia no passado, quando estávamos a fazer muitos golos e os índices de confiança eram muito altos.

Eu sou o treinador e a responsabilidade é minha. Tentámos com vários homens na frente, mas também não é por termos muita gente no ataque que se consegue criar oportunidades de golo. Mas tivemos a oportunidade de fazer vários cruzamentos – 34 – o que até não é muito normal, porque usamos mais a bola pelo chão. Era a necessidade de fazer um golo, que não estávamos a conseguir fazer, e acho que é mais um jogo em que saímos penalizados por isso, em que devíamos pelo menos ter concretizado uma das oportunidades que criámos.»

Acho que foi um jogo intenso, muito virado para a baliza do Marítimo, encostámo-los atrás, abrimos o campo, tivemos uma reação boa à perda de bola, fomos à baliza mas não conseguimos concretizar. Os adversários acabam por ganhar confiança numa ou outra transição, e na fase final da primeira parte o Marítimo tem uma excelente oportunidade em que manda a bola à barra, e depois na segunda parte tem aquela em que faz o golo. Isso é fruto, também, de não conseguirmos concretizar e depois andarmos a correr mais riscos, surgindo um ou outro desequilíbrio.»

[Ansiedade na parte final?]

«Não me parece. A ansiedade pode surgir eventualmente por não estarmos a conseguir concretizar, isso pode baixar um bocadinho os índices de confiança. Reportando-me aos últimos jogos, temos de fazer golos. Sem fazer golos não ganhamos a confiança necessária para construir uma vitória. Já o disse, sou o treinador, a responsabilidade é minha, e temos de trabalhar sobre isto. Temos trabalhado fortemente na finalização, mas não estão a acontecer os golos, vamos continuar a insistir, para tentar que as coisas mudem.»

[derrota deixa objetivo mais longe?]

Os nossos objetivos foram determinados no início, que era abordar cada jogo com a máxima ambição possível para conseguir os três pontos em todos os jogos, se assim fosse possível. É assim que temos feito, não determinámos o objetivo de chegar a um lugar, mas sim de lutar em todos os jogos com a máxima ambição para conseguir os pontos.

Evidentemente que, em função da responsabilidade que criámos por jogarmos bom futebol, começou a falar-se do Sp. Braga sobre diversos prismas, mas estamos sempre focados em vencer cada jogo. Hoje, o objetivo era vencer o jogo, conseguir os três pontos, e se o conseguíssemos, já tínhamos superado a pontuação do ano passado. Era o objetivo primeiro que tínhamos para o momento, depois logo veríamos o que poderíamos conseguir com mais pontos. É nisso que nos temos focado e que vamos continuar a focar até ao final: conseguir o máximo de pontos.»