O Marítimo somou hoje a primeira vitória no Cadeirão, em 2022, e interrompeu uma série de quatro jogos seguidos sem vencer na I Liga com uma goleada por 4-0 na receção ao Boavista. Os números do marcador podem indicar uma exibição de gala por parte dos insulares, mas a melhor explicação resume-se a uma palavra: eficácia.   

Depois de pouco mais de 20 minutos algo sonolentos, com ambas as equipas a praticarem um jogo muito pensando e quase sempre mal executado uma vez chegadas ao último terço, uma jogada individual de Makouta, que conseguiu romper todo o meio campo do Marítimo, criou um desequilíbrio fantástico para abrir o marcador, mas o axadrezado Petar Musa foi apanhado em fora de jogo.

O lance poderia ter servido para espevitar a partida, mas não aconteceu. O jogo continuou muito tático, o Marítimo a privilegiar mais na expetativa do contragolpe e o Boavista a insistir em jogadas pensadas para chegar junto da baliza de Paulo Victor.

A sonolência acabou por ser quebrada não devido a oportunidades de golo mas sim por muitas faltas (19 ao todo na primeira parte) e cinco cartões amarelos, sendo que três foram mostrados à equipa da casa. 

Cheirava mesmo a um primeiro tempo sem golos, tal a ausência de lances de perigo junto das balizas, mas enganou-se quem apostou em tal desfecho. Na primeira vez que o Marítimo apareceu com perigo no último terço dos portuenses, o marcador funcionou, após duas segundas bolas ganhas pelos verde-rubros na área boavisteira. 

Na sequência de um livre cobrado no meio campo defensivo do Boavista, Xadas cruza para o tenso e Bracali afasta a bola com um soco, com Zainadine a tocar para a área, onde Joel desvia para Vukotic tirar em cima da linha de golo. Mas desta feita o esférico sobra para Matheus Costa, que solto de marcação na pequena área, só teve de encostar.  

O golo deixou a equipa de Petit atordoada, e isso viu-se na ausência de reação à desvantagem e na forma como acabou por sofrer o 2-0, mesmo em cima do final dos três minutos de descontos. Bruno Xadas aproveita a apatia axadrezada, foi à linha de fundo, no corredor direito, e cruzou para o segundo poste, onde apareceu Joel a encostar de cabeça. Petit nem queria acreditar no que estava a ver…

Das cabines voltaram os mesmos onzes, e com o passar do tempo, o técnico boavisteiro, como se esperava, foi o primeiro a mexer. Mas o dia de glória estava mesmo reservado para as cores do emblema do Almirante Reis. Os axadrezados tentavam a assumir o jogo, mas logo após as substituições, sofreram o 3-0. Joel Tagueu foi travado à margem da lei na área do Boavista, e desde a marca dos 11 metros, não deu hipóteses a Bracali.

Corria tudo mal aos nortenhos, e os insulares aproveitavam com grande eficácia. E nove minutos depois, Joel voltou a ser ‘cruel’ e chegou ao ‘hat-trick’ na partida, assinando o 4-0. Cláudio Winck derivou da direita para o meio mas acabou desarmado à entrada da área, mas a bola sobrou para o avançado camaronês, que em plena área revelou frieza e classe para iludir dois oponentes e levar os adeptos da casa à euforia (estiveram perto de 6900 espectadores no Caldeirão).

A reação do Boavista? Muito fraca e praticamente inexistente, até porque os axadrezados passaram a jogar com menos um, a partir dos 72, na sequência do vermelho direto mostrado a Tiago Morais, após falta dura sobre Iván Rossi. A preocupação da equipa de Petit esteve mais centrada em evitar o 5-0…