O «jogo da época», como foi apelidado por José Gomes, sorriu ao Marítimo com distinção num Caldeirão quase cheio e incansável no apoio aos verde-rubros. O Paços de Ferreira nunca atirou a toalha ao chão, mas a vitória que deixa os madeirenses mais esperançados quanto a um bom desfecho na luta pela manutenção, assenta que nem uma luva face ao que ambas as equipas mostraram em campo.

Com forte apoio nas bancadas, o Marítimo entrou na partida a querer assumir as rédeas do jogo, mas do outro lado estava um Paços bem organizado e a procurar pressionar alto. Os castores apostavam nas transições rápidas, mas foram os leões do Almirante, num ataque rápido, a criar a primeira grande ocasião de perigo, aos 17m, quando Riascos surgiu a desviar entre os centrais. O extremo estava bem posicionado, mas o remate saiu muito ao lado.  

Três minutos depois, um livre cobrado por Bruno Xadas sobre a direita foi atacado por Riascos, ao primeiro poste, mas o colombiano voltou a falhar o alvo. Mas era preciso um pouco mais de paciência na construção, apesar do público não gostar. Aos 29 minutos e após circular a bola por mais de meia equipa, Vidigal levou o Caldeirão a explodir de alegria com um golaço. Na parte final do lance, Riascos cruzou da direita para a grande área e o esférico, ao desviar em Antunes, foi cair direitinho no pé direito de André Vidigal, que dominou e finalizou com classe sem hipóteses para Vekic.

A equipa de César Peixoto tardou em reagir. O Marítimo fechava bem os espaços e sempre que podia ameaçava desequilibrar na frente. Mas os pacenses aumentaram a velocidade do seu jogo e começaram a encostar os madeirenses ao seu último reduto. Aos 40, Fábio Gomes caiu na área do Marítimo e Artur Soares Dias apontou para a marca de grande penalidade, que teria sido bem assinalada se o avançado não estivesse ligeiramente adiantado.

Os castores não desanimaram, mas o adiantamento em campo acabou por ser penalizado com o 2-0, em nova jogada muito bem delineada pela equipa de José Gomes. Riascos recuperou a bola, deixou em Paulinho e este cruzou largo para Félix Correia entregar em Val Soares, que de pé esquerdo rematou forte e colocado.

Luiz Carlos, já nos descontos, desferiu um remate que levou a bola passar rente ao poste esquerdo da baliza de Carné, mas ficou-se por aqui a reação do Paços no primeiro tempo.

Segunda parte, a mesma toada

Do descanso voltaram os mesmos onzes e a mesma toada de jogo. O Paços procurava encostar o Marítimo lá atrás, mas foram os insulares, por intermédio de Félix Correia, a ficarem perto de aumentar a vantagem, após mais um bom cruzamento de Riascos.

O Paços de Ferreira regressou para a segunda parte disposto a lutar, procurando construir com paciência, só que começou a revelar poucos argumentos para chegar com perigo junto da área do Marítimo, onde Mosquera e Zainadine, se mostravam muito seguros, ganhando as disputas com relativa tranquilidade.

A subida dos castores no terreno foi abrindo brechas, e as ameaças dos madeirenses começaram a surgir em catadupa, com Igor Vekic a passar por momentos muito complicados. E foi assim que o 3-0 acabou por surgir com naturalidade, aos 69. Um belo passe de Bruno Xadas deixou Vítor Costa isolado na cara de Vekic, e o lateral só teve de escolher o canto da baliza para fuzilar com sucesso.

Depois de atirar ao poste, por Paulinho, aos 74, o Marítimo descansou um pouco e acabou por facilitar o golo do honra do Paços, alcançado numa grande penalidade cometida por Vitor Costa sobre o recém-entrado Adrián Butzke, que depois de esperar pela demorada análise do VAR, converteu sem dar chances ao guardião Carné.

O golo ainda deu alguma esperança aos visitantes, mas a equipa da casa voltou a mandar e ser mais acutilante na hora de atacar as redes. Aos 89, Geny Catamo rematou ao poste, quando Xadas estava sem marcação. Depois foi deixar o cronómetro chegar ao fim, já com as bancadas a saudar a equipa por um triunfo merecido.