O Vitória de Guimarães manteve-se hoje na luta pelo 6.º lugar, que ainda pode valer competições europeias, ao vencer por 2-1 na visita a um Marítimo cada vez mais aflito nas contas da permanência. Os madeirenses mereciam outro resultado, é certo, mas no futebol a eficácia fala sempre mais alto, e neste capítulo, os vimaranenses não perdoaram.

Num encontro entre equipas a lutar por objetivos muito distintos, José Gomes fez apenas uma alteração no onze inicial do Marítimo, face à derrota contra o Famalicão na última jornada: Matheus Costa ficou no banco de suplentes e Bruno Xadas voltou ao onze. Já o técnico do Vitória operou quatro mudanças, com destaque para o regresso de Varela, após uma longa ausência, e de Tiago Silva, que cumpriu um jogo de suspensão contra o Sporting.

O início algo equilibrado que marcou os primeiros minutos do duelo foi quebrado de forma abrupta por ambas as equipas, com chegadas muito perigosas às duas balizas. Os vimaranenses revelaram maior capacidade de fogo, sobretudo a meia distância, obrigando Marcelo Carné a aplicar-se a fundo num par de ocasiões, mas os madeirenses protagonizaram momentos ofensivos em que faltou muito pouco para abrir o marcador.

Marítimo e Vitória mostravam capacidade para ter bola e chegar de trás para a frente, mas também a sair em transições rápidas, aproveitando perdas de bola em zonas proibidas. Esta toada acabou por sorrir ao conjunto minhoto pouco depois da meia hora.

Riascos não consegue manter a posse perante a pressão de Ibrahima Bamba, em cima da linha de meio campo, e o esférico acaba por ser colocado na profundidade, onde Jota Silva é lesto a ganhar posição face a Mosquera, que já na grande área foi derrubado por Mosquera no entendimento do árbitro António Nobre, que validou a decisão após visualizar as imagens do VAR. O Caldeirão protestou ruidosamente, mas Tiago Silva, desde a marca dos 11 metros, manteve a cabeça fria e abriu o marcador sem dar hipóteses de defesa a Carné.

Os madeirenses estavam por cima do jogo e reagiram à desvantagem com mais acutilância ofensiva. O Vitória passou por momentos muito complicados, com Paulinho e Bruno Xadas a assinarem bons lances para restabelecer a igualdade, mas o intervalo chegou sem nova alteração no marcador.

As duas equipas regressaram do descanso sem alterações, mas o técnico apressou-se mexer no onze vitoriano por força da voracidade do Marítimo trouxe das cabines. Os comandos de José Gomes reentraram na partida com a mesma toada e estavam a semear o pânico junto da baliza de Varela. O empate só não aconteceu antes dos 55 minutos porque faltou clarividência na definição.

Apesar da constante pressão madeirense, as alterações - entradas de Zé Calor e Lameiras para os lugares dos amarelados Jota e Tiago Silva - permitiram ao conjunto minhoto respirar um pouco melhor e voltar a aparecer perto da baliza de Carné.

Contra a corrente do jogo, os vitorianos voltaram a ser felizes e graças ao novo erro de Mosquera. Aos 65, uma transição rápida do Vitória vê um passe de Handel ser cortado de forma incompleta pelo central colombinao, com a bola a sobrar para André Silva que atirou a contar para os 2-0.

O golo mexeu com a equipa de José Gomes, mas sem a retirar do ataque. Riascos, aos 72, ficou muito perto do 2-1, com um remate forte ao lado, mas a esperança verde-rubra só ganhou novo fôlego aos 87, quando Geny Catamo, que entrou aos 66, reduziu a desvantagem após um bom passe de Vitor Costa.

Os vimaranenses já tinham entrado em modo de gestão, e com a reentrada do Marítimo na discussão do resultado, cerraram fileiras para segurar os três pontos. O Marítimo carregou, mas o melhor que conseguiu fazer foi ficar a centímetros do empate. Já nos descontos, um cruzamento de Xadas encontrou Riascos, mas o colombiano cabeceou ao lado quando tinha tudo para marcar…