A necessidade de conquistar pontos anulou a qualidade do futebol praticado pelas duas equipas. O medo de errar esteve sempre presente. Lutou-se muito, as oportunidades de golo não abundaram. Foi mais feliz o Belenenses, que aproveitou uma das raras ocasiões - quando o empate parecia o resultado natural face à disposição das equipas.

Até ao intervalo, o Farense teve mais bola mas o Belenenses foi mais perigoso, com transições rápidas e a bola a chegar quase sempre a Miguel Cardoso, que dispôs de três bons ensejos para visar a baliza defendida por Hugo Marques. Numa delas, a melhor, apareceu na cara do internacional angolano, que se opôs bem ao remate.

Os algarvios bem tentaram esticar o jogo, mas Pedro Henrique travou uma luta desigual entre os três centrais dos azuis. O avançado bem tentou, furou - nos primeiros 15 minutos até foi travado em falta por Rúben Lima e Tomás Ribeiro, que levaram cartões amarelos - mas faltou remate: apenas um, e à figura de Kritciuk, mas na melhor ocasião o tiro foi fraquíssimo, quando Ryan Gauld colocou em situação privilegiada, mas o brasileiro perdeu tempo em rodopios.

O intervalo chegou e evidenciou uma primeira parte em que os algarvios encontraram muitas dificuldades em ultrapassar a muralha colocada em frente à baliza de Kritciuk e os azuis sentiram-se confortáveis, forçaram o erro do adversário para surpreender em velocidade. Mas sem correspondência na finalização, nos momentos em que conseguiram (leia-se, Miguel Cardoso conseguiu) colocar a baliza na mira.

No reatamento e por centímetros, Phete ficou perto de festejar, desviando de cabeça um cruzamento de Afonso Sousa. Respondeu o Farense, mas Kritciuk impediu que Licá marcasse. Dois lances de uma possível abertura do jogo, mas rapidamente as duas equipas voltaram a acautelar-se, diminuindo espaços e jogando no erro, tal como se vira anteriormente. Por isso, seria complicado as redes balançarem.

As substituições operadas pelos dois treinadores refletiram a sua vontade em querer alterar o previsível empate que o escoar do tempo ia desenhando. E numa delas, Petit foi mais feliz: lançou Cassierra e dez minutos depois o colombiano fugiu a Eduardo Mancha para oferecer o golo a Miguel Cardoso, que desviou à boca da baliza. Faltavam doze minutos para os 90 e o Belenenses trancou depois ainda mais os caminhos para a sua baliza.

O Farense acabou o jogo a pressionar mas o coração imperou à razão e a segunda vitória fora do Belenenses não ficou em causa.