Kostas Mitroglou regressou de sorriso nos lábios. Após três jogos falhados devido a lesão, o grego recuperou o lugar no onze do Benfica e retribuiu com dois golos (e uma «pseudoassistência»), empurrando o Benfica para a liderança isolada da Liga.

Tal como na Supertaça, os números são algo exagerados para aquilo que o Sp. Braga fez em campo, mas a equipa de José Peseiro (que foi expulso) não conseguiu chegar à frente do campeonato.

A pausa forçada fez bem a Mitroglou, que até tinha iniciado a época de forma discreta. O grego esteve perto de marcar logo aos 56 segundos, de resto, com um remate que saiu a centímetros do poste.

O Sp. Braga foi sempre uma equipa perigosa, explorando a velocidade do tridente formado por Wilson Eduardo, Ricardo Horta e Pedro Santos. A primeira oportunidade foi de Hassan, contudo, que apareceu solto na área após um mau passe de Fejsa mas atirou ao lado (4m). No minuto seguinte nova ocasião para a formação visitante, com Júlio César a evitar o golo de Pedro Santos.

Muito solicitados, ambos os guarda-redes estiveram em bom plano, com Marafona a responder logo de seguida com uma bela defesa a remata de Salvio (12m).

Apesar da aglomeração de jogadores a meio-campo, com as duas equipas a subirem as linhas defensivas, o jogo teve nota artística elevada. Se o Sp. Braga mostra sagacidade a explorar as transições, o Benfica desequilibrava pelos flancos. Foi assim que chegou à vantagem, de resto, ao minuto 27.

O calcanhar de Pizzi soltou Guedes no lado esquerdo, com o cruzamento atrasado a encontrar Mitroglou na marca de penálti, para um remate forte e colocado.

O Sp. Braga respondeu com um remate de Ricardo Horta, que não fosse a intervenção de Júlio César, com as pernas, teria punido a perda de bola do irmão André a meio-campo (37m). Ainda antes do intervalo o guarda-redes do Benfica voltou a mostrar serviço, ao desviar por cima da barra um cabeceamento de Rosic, segurando a vantagem benfiquista.

Sentença polémica

Na segunda parte o Sp. Braga tentou pegar mais no jogo, mas por outro lado teve também menos espaço para surpreender, perante um Benfica mais prudente, mas sempre perigoso.

Sempre endiabrado, Gonçalo Guedes viu Marafona negar-lhe o golo em duas ocasiões, na etapa complementar. O guarda-redes bracarense mostrou espantosos reflexos a desviar um livre do jovem avançado que ainda desviou na barreira (50m), e mais tarde travou também um remate de fora da área do camisola 20 benfiquista (69m).

Ao minuto 74 surgiu o tento (polémico) que sentenciou o encontro: ao tentar um passe para o flanco esquerdo, Mitroglou «tabelou» com o estreante Douglas Coutinho, que involuntariamente isolou Pizzi, adiantado em relação à linha defensiva bracarense.

Jorge Sousa terá considerado um toque infeliz e não um ressalto, e validou o tento, para desespero dos responsáveis do Sp. Braga, com José Peseiro a receber então ordem de expulsão.

Imune à controvérsia, Pizzi e Mitroglou fabricaram pouco depois o terceiro golo benfiquista, com o médio português a trabalhar bem no lado esquerdo a área e a cruzar para o grego, que à boca da baliza só teve de encostar suavemente a cabeça à bola.

Já em clima de festa com a perspetiva de subida à liderança, o público da Luz ainda esteve perto de festejar um golo do jovem José Gomes, que tinha rendido Mitroglou (85m), mas ao cair do pano viu o Sp. Braga apontar o tento de honra. Rosic, à segunda tentativa, marcou mesmo de cabeça na sequência de um canto (90m).

O Benfica está de volta ao topo da tabela.