Tarde de emoções fortes em Moreira de Cónegos. Na oitava época consecutiva do Moreirense entre os grandes do futebol português, os cónegos oscilaram entre virtualmente serem relegados ao segundo escalão e ficar com a réstia de esperança quer permite lutar no play-off. O trabalho foi feito cedo com a goleada imposta aos vizelenses (4-1), os festejos chegaram alguns minutos depois do apito final.

Agarrados a um tablet os jogadores do Moreirense assistiram aos minutos finais do jogo entre o Tondela e o Boavista. O resultado (2-2) era suficiente e, no centro do relvado, os cónegos iam aguentando como podiam. O apito final em Tondela ditou o desfecho da tarde: descem Belenenses SAD e Tondela, o Moreirense vai disputar o play-off.

Já se sabia que as emoções iam ser muitas, mas o que se passou em Moreira de Cónegos extravasou as expetativas. Cedo o jogo perdeu a sua história, os beirões estiveram duas vezes em vantagem, e o estado de espírito no Comendador Joaquim de Almeida Freitas o estado de espírito teve de se balizar pelo que se passava a quilómetros de distância. No final da história com tanto sabor agridoce, o Moreirense pôde sorrir.

Moreirense faz a sua parte pela direita e aguarda...

A ter de ganhar para se agarrar, então, à réstia de esperança que tinha, o Moreirense rapidamente fez o que lhe competia. À meia hora de jogo já vencia tranquilamente por três bolas a zero, depois de ficar em superioridade numérica devido à expulsão de Ivanildo Fernandes. Artur Jorge ainda enviou uma bola à trave da sua própria baliza, mas a partir daí só deu Moreirense.

O primeiro golo surge na sequência de um lançamento de linha lateral. Rodrigo Conceição tira o cruzamento e é Sori Mané a cabecear sem oposição para o fundo das redes aos nove minutos. Quando estava cumprido pouco mais de um quarto de hora foi Artur Jorge a bater Ivo Gonçalves, também de cabeça. Cruzamento da direita de Pedro Amador na sequência de um livre, o central desvia de forma decisiva.

A missão do Moreirense ficou praticamente concluída à meia hora de jogo, novamente pelo lado direito. Arrancada de Paulinho a deixar a concorrência para trás, cruzando com as medidas certas para Derik Lacerda fazer o desvio letal. 3-0 em maia hora, aquilo que havia a fazer por parte do conjunto de Sá Pinto estava feito. Em teoria.

Golos em Tondela festejados em Moreira de Cónegos

Quem não gostava nada do que estava a ver era Álvaro Pacheco. Em causa estava o brio de uma equipa que conseguiu um feito histórico – a manutenção na Liga é inédita –, mas em casa do rival estava completamente amorfa, mesmo tendo em conta o facto de desde cedo estar com menos um homem em campo.

Depois de ajustar a equipa após a expulsão o técnico operou mais duas substituições na primeira metade. Não deu para festejar por parte dos adeptos vizeleneses com as incidências em Moreira de Cónegos, fizeram a festa com o golo apontado em Tondela, que relegava os cónegos para o segundo escalão. Mesmo a perder 3-0, a rivalidade fez explodir o topo do estádio, em contraste com as restantes bancadas.

A realidade é que praticamente não houve história em Moreira de Cónegos com o trabalho do Moreirense feito. Com as atenções voltadas para Tondela, o Moreirense ainda chegou ao quarto golo. Yan Matheus correspondeu de primeira a mais um lance pela direita conduzido pelo imparável Paulinho. Ainda reduziu o Vizela com um excelente golo de Marcis Paulo, de livre direto.

A história do jogo foi para lá do apito final. Festejou o Moreirense o evitar da descida. O Vizela, que já tinha a manutenção assegurada, despede-se da temporada com uma prestação pálida. Segura-se à vida o Moreirense.