Declarações do treinador do V. Guimarães, Moreno, na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após a derrota por 3-0 ante o FC Porto, em jogo da 34.ª e última jornada da I Liga:
[Balanço da época e evolução do plantel:] «Enquanto líder só tenho de me sentir super, super orgulhoso e não digo isto de forma vaga. Disse no passado recente, que se existir sinceridade neste meio, ninguém acreditaria que conseguíssemos as competições europeias há dez meses. Foi possível porque tivemos um grupo fantástico. Estou a repetir-me, mas terei de dizê-lo para fazer a avaliação da época. O staff nunca permitiu que faltasse nada, a administração deu-nos sempre todo o apoio, a mim especialmente, nas fases difíceis da época. Nessas fases o mais fácil era dispensar o treinador, um jovem inexperiente que vinha da equipa B e não o fez. Acreditou em nós. Terei de falar dos adeptos, hoje voltaram a ver o espetáculo que os nossos adeptos deram. Muito satisfeito e orgulhoso.»
«A falar do jogo, não há muito a falar, como viram. Um jogo que fica ao minuto e meio muito condicionado, aos oito minutos sofrer um golo e passados outros minutos o 2-0. Não escondo que tive medo do desfecho do jogo, podia ter sido pior e até nisto tivemos um grupo equilibrado e responsável. É uma vitória normalíssima do FC Porto. Ficamos com a sensação algo negativa porque não conseguimos manter o quinto lugar, mas esta sensação terá de passar. A mim vai passar rapidamente, queríamos manter o quinto lugar, mas perceber que a época foi positiva. Não achar que, pelo jogo de hoje, as épocas foram mal feitas. Foi uma época fantástica e acabei de dizer no balneário: podem ir de férias com a consciência que são grandes profissionais.»
«As substituições do Jota e do Mikey não tiveram a ver com o rendimento. Substituí para tentar equilibrar a equipa. Não escondo que estava com medo do avolumar do resultado, percebendo a qualidade do FC Porto, os atletas que tínhamos em campo, menos um, golo de desvantagem. A intenção era equilibrar ao máximo ao tirar os dois alas e metendo os dois médios, porque disputar o resultado era difícil. Por incrível que pareça, sofremos dois golos em contra-ataque, o primeiro golo num canto a nosso favor, desequilibrados atrás, em função de termos menos um homem, mas mesmo assim é responsabilidade nossa. O segundo golo, numa tentativa de termos bola e o FC Porto em contra-ataque faz o 2-0. E depois foi o que eu falei ao intervalo. O desafio que lancei foi não sofrer mais golos na segunda parte. Recordo-me de uma oportunidade do Taremi, não mais, mas eles responderam ao desafio lançado. Este grupo não merecia sair de cá com um resultado muito grande.»
«Pelos fantásticos profissionais do Vitória, nunca perdi o balneário. Profissionais de excelência, senti sempre que estávamos todos comprometidos. Agora, como em qualquer equipa, há altos e baixos. Tivemos dois períodos com séries sem ganhar, algumas derrotas. Não olhem para o Moreno como o obreiro disto, porque não é. Noutros clubes e noutros anos o mais fácil era despedir o Moreno. O Moreno não foi despedido e sinto isto de forma convicta: a administração acreditava em mim por convicção e não por necessidade. Há muita gente responsável por este sucesso, porque acho que foi um sucesso esta época.»
«Acho que o Vitória estará mais preparado para a próxima época do que há dez meses. Agora, a dificuldade deste campeonato é grande. É tempo de descansar, o meu descanso será a partilhar ideias com treinadores para o quarto nível, felizmente estarei lá. Não me parece que seja o momento para falar da próxima época, a não ser que as coisas estão muito melhores do que há dez meses. É ver o crescimento dos atletas: ninguém esperava que o Dani tivesse o rendimento que teve. O Maga, o Bamba, o Afonso… Dá satisfação e suporte para a próxima época.»