* Francisco Sousa

O Vitória de Guimarães bateu a Académica esta noite (4-2) no Estádio de Cidade de Coimbra, resultado ainda assim insuficiente para atingir a quarta posição, por força da vitória do Sp. Braga. O jogo foi bastante entretido e no final o desfecho acabou por ser justo.

O primeiro tempo no Cidade de Coimbra foi dinâmico e mostrou duas equipas dispostas a atacar, a Académica claramente livre da pressão do resultado e o Vitória pela obrigatoriedade de triunfo de forma a poder sonhar com a quarta posição, mediante um eventual deslize do grande rival Sp. Braga.

Nos primeiros 15 minutos, a Briosa foi a equipa mais vistosa no ataque, com as constantes combinações Aderlan-Pedro Nuno-Ivanildo a fazerem girar a defesa vitoriana. Apesar de tudo, faltaram ocasiões de golo claras aos «estudantes» nesse período e, pouco depois, o V. Guimarães começou também a atrever-se mais em termos ofensivos. Ao 18º minuto, Ricardo Valente atirou na pequena área para uma defesa enorme de Lee, naquela que foi a primeira grande oportunidade deste encontro.

Entretanto as forças foram-se reequilibrando e os vimaranenses iam conseguindo ter um pouco mais de bola. Com Bernard e Otávio na segunda linha e Valente e Sami em permanente rotação na frente, a equipa de Rui Vitória foi-se aproximando do perigo, até inaugurar o marcador, a dez minutos do intervalo, num remate de Ricardo Valente que sofreu ainda um desvio num defesa coimbrão. O empate era até um resultado mais consentâneo com que ia acontecendo dentro das quatro linhas e, de facto, não foi preciso esperar muito até a Académica reaver a igualdade...

O jovem Pedro Nuno, talentoso médio natural da Figueira da Foz e que havia tido poucas oportunidades na equipa principal ao longo da temporada, sacou um coelho da cartola e empatou a partida, seis minutos depois do golo vimaranense. Um remate cruzado, fora do alcance de Douglas, prémio justo à bela primeira parte do jovem figueirense e também à capacidade de reação da equipa da casa, que ainda poderia chegado ao segundo, numa bela jogada começada por Esgaio e terminada com um remate por cima do inevitável Pedro Nuno, após simulação de Nuno Piloto.

Nos segundos 45 minutos a Académica até entrou melhor e Cissé ofereceu uma bola perfeita a Pedro Nuno, mas o remate acabou por sair enrolado. No entanto, o Vitória respondeu à altura, começou a atacar com mais perigo e numa jogada rápida, Sami assistiu Otávio, que vindo de trás, cabeceou para o fundo das redes de Lee, num voo brilhante, digno de ponta-de-lança de craveira mundial. Volvidos seis minutos, uma distração grave de Iago permitiu a oportunidade de Tomané faturar o terceiro e o avançado vitoriano não enjeitou a oferta. Em quinze minutos demolidores, o Vitória arrumou com o jogo.

José Viterbo decidiu então lançar Rafael Lopes, substituindo um trabalhador mas pouco inspirado Salim Cissé. Do outro lado, Rui Vitória decidiu dar oportunidade ao médio Joseph Amoah para se estrear no principal escalão, tirando do jogo o esclarecido Bernard. A troca de pontas-de-lança surtiu efeito imediato, com Rafael Lopes a atirar para defesa apertada de Douglas, após excelente combinação entre Ivanildo e Ricardo Esgaio e assistência deste último.

A Briosa iria despertar em definitivo a cerca de 20 minutos do final, depois do remate certeiro de Ivanildo. O número 10 da Académica levou o estádio ao rubro com uma boa finalização e, logo de seguida, quase oferecia o empate a Esgaio, tendo valido Douglas a evitar a rápida igualdade da turma de Coimbra. O guardião brasileiro voltaria a ser heroi pouco depois, ao defender com grande eficácia e estilo um potente disparo de meia-distância do lateral-direito da Académica, Aderlan.

Nos últimos dez minutos, Viterbo arriscou tudo, lançando o extremo Olascuaga para o lugar do central Iago. Com mais uma unidade de pendor ofensivo, a Briosa continuou a carregar embora sem o discernimento necessário para chegar à igualdade. Quem acabaria por aumentar o pecúlio seria o Vitória, através de Ricardo Valente, que assim bisou neste encontro. No final, triunfo justo do V. Guimarães, que ainda assim não chegou para conseguir o tão almejado quarto lugar.