Manuel Machado em conferência de imprensa após a derrota do Nacional com o Belenenses por 2-1, no Estádio do Restelo.

«O jogo tem duas fases completamente distintas, uma antes da expulsão do Ali Ghazal e outra após isso. Julgo que durante o primeiro tempo em termos de jogo jogado o equilíbrio foi a nota dominante, sendo que nós entrámos melhor no jogo e conseguimos fazer um golo e fazer uma boa gestão dessa vantagem até ao intervalo, apesar de no final o Belenenses ter feito alguma pressão mas em momento algum pôs o Rui Silva à prova. No segundo tempo o jogo foi mais do mesmo até ao momento da expulsão, que considero justa porque é uma entrada impetuosa de um jogador que já tinha amarelo junto ao nossa banco e não havia necessidade. Só temos que nos auto-responsabilizar pela inferioridade numérica. Naturalmente com menos um homem, o Belenenses fez o que tinha a fazer, acrescentou homens na área, as minhas linhas baixaram naturalmente na defesa da vantagem e em dois momentos de bola parada acabaram por conseguir, porque em jogo jogado não conseguiram. O Belenenses fez bom uso dessa vantagem numérica.»

[sobre os casos de arbitragem]: «Penso que os casos de jogo influenciaram determinantemente o desfecho final da partida. Há olho de lince do fiscal de linha ao invalidar o golo do Witi por fora de jogo, embora a lei diga que se deva proteger quem ataca. Ele está no limite, meio corpo e o fiscal tem uma visão fantástica e anula justamente. Pena que essa visão não tenha servido ao colega para validar uma bola para o 2-0, quando a bola está claramente dentro. Já vimos imagens portanto não estou aqui a especular. E dizer coisas menos sustentadas. Esse 2-0 podia ter virado o cariz do jogo, quando digo que há decisoes que são corretas como anular o golo do Witi, levando a regra ao extremo, e a expulsão do Ali Ghazal, que é responsabilidade nossa. Mas é pena que não validasse o 2-0, se calhar nem o Ali era expulso. Até o penálti pode ser alvo de análise, não vou dizer que o meu jogador não atingiu o adversário, atingiu sim mas ele vai rematar a bola e o atacante interpõe-se entre o pé e a bola e acaba por ser atingido. Não há ali intencionalidade, mas pronto esse rigor no fora de jogo, no penálti e na expulsão não teve dois lados, teve só um lado e quando assim é isso mexe com o desfecho e é lamentável.»

[Queixas de Manuel Machado sobre a arbitragem nacional]: «Tem se falado muito de arbitragem e do que se quer para o futuro, falando de uma arbitragem mais correta, equilibrada e positiva para o jogo, mas tem sido um pouco mais do mesmo, mudam as pessoas, mas os critérios e formas de atuar são as mesmas. Vamos ter uma época cheia de situações deste tipo.»

[sobre o facto dos relatórios do árbitro agora serem públicos]: «É uma medida saudável que acrescenta, porque quem não deve não teme mas vamos ver até que ponto eles traduzem o que nós vemos. Há outra coisa que acrescenta que é o televisionamento de todos os jogos, todos eles estão assim expostos e podem ser analisados por toda a gente que gosta da modalidade. Vamos ver se os relatórios condizem com o que se vai passando.»

[sobre o facto de não ter pontos e jogar com o Marítimo na 5ª jornada]: «Tivemos uma início de época com lesões, ausências para seleções, castigos, incêndios... Perdi um jogador hoje, na semana passada tinha perdido dois. Perdemos jogadores em julho, em agosto e em setembro parece que vamos pelo mesmo caminho. Não temos a possibilidade de estabelecer um onze, mudando jornada a jornada, e não vamos consolidando processos. O próximo jogo tem a particularidade de ser um dérbi regional, que é vivido na Madeira com muita emoção, tínhamos a intenção de inverter a tendência de resultados, mas não foi possível e esperemos que possa ser na sexta-feira.»