Jogo emotivo e bem disputado aquele que Nacional e V. Guimarães proporcionaram hoje na Choupana, em partida da 32.ª jornada da Liga. Os minhotos venceram por 2-1, mas tiveram de suar muito pelos pontos diante um conjunto madeirense e também procurou ser feliz. Faltou eficácia à turma da casa, o que não sucedeu aos forasteiros. 

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O Nacional ainda não fechou as contas da manutenção, do ponto de vista da matemática, mas só uma hecatombe poderá contrariar tal desfecho. Já o V. Guimarães consolidou as aspirações de vir a garantir o acesso à fase de qualificação para a Liga Conferência Europa da próxima temporada.

A fase de estudo mútuo terminou aos 13’, com uma excelente oportunidade de golo para o Nacional. Paulinho Bóia fugiu pela direita e cruzou para o coração da área, onde Joel Tagueu só não encostou para golo porque Borevkovic foi lesto a tirar-lhe o ‘pão da boca’.

Mas a resposta vimaranense surgiu no minuto seguinte,  e com eficácia e espetáculo. Após uma jogada construída na esquerda, Gustavo Silva entrou na área e rematou forte para Lucas França defender para a «meia lua», onde apareceu Tiago Silva a disparar, de primeira, para o fundo das redes.   

O jogo abriu ainda mais e o Nacional, já perto do minuto 20’, cheirou o empate num lance de Joel Tagueu. O ponta de lança camaronês rodou sobre um adversário, ficou com espaço e tempo para rematar, mas a finalização de pé esquerdo saiu ao lado da baliza.

A equipa de Tiago Margarido conseguia assumir o jogo e chegar junto da baliza de Bruno Varela. Mas ia faltando assertividade no remate, como ficou bem patente aos 31’, quando Luís Esteves, na sequência de um lance de bola parada, rematou novamente para fora.

Os insulares iam causando sobressaltos no último reduto dos minhotos, mas estes também não deixavam de tentar a sorte para ampliar a vantagem. Aos 41’, na sequência da cobrança de um livre, Borevkovic apareceu solto de marcação para finalizar de cabeça, levando a bola a sobrevoar a trave da baliza à guarda de Lucas França.

Foi o último lance de grande perigo do primeiro tempo. O Vitória foi para o descanso a vencer com justiça, mas o Nacional mostrou capacidade para dar luta, deixando antever que iria arriscar mais na etapa complementar.

Assim acontece. O Nacional regressou aos cabines a pressionar alto e logo aos 50' deixou o primeiro aviso. Rúben Macedo entrou na área com tudo para finalizar, após passe de Joel Tagueu, mas Filipe Relvas revelou mais assertividade e assinou um grande corte. Luis Freire não gostou do que estava a assistir e passados alguns minutos, mexeu no onze, com uma dupla alteração.

O jogo partiu-se um pouco, mas já com a equipa a casa a revelar mais dificuldades para chegar com maior perigo junto à baliza de Bruno Varela. Os vimarenses revelavam muita paciência e a estratégia acabou por dar frutos aos 66’. Nuno Santos, na sua primeira intervenção ofensiva após ser lançado jogo, desmarcou Chucho Ramírez e o venezuelano não perdoou frente Lucas França.

Tiago Margarido não se rendeu e as alterações feitas na equipa acabaram com a falta de eficácia. Aos 75’, Paulinho Bóia desmarcou o recém-entrado Fuki Yamada e o japonês não deu hipóteses a Bruno Varela. O Nacional continuou a carregar e poucos minutos depois, Ulisses ficou muito perto de 2-2 ao cabecear ligeiramente ao lado, na sequência de um canto cobrado por Yamanda. 

A partida estava bem viva e adivinhava-se mais emoções fortes até ao apito final. Mas o marcador não voltou a mexer, apesar de o Vitória ter passado os cinco minutos de descontos praticamente encostado na sua área. 

Figura: Tiago «maestro» Silva

Esteve sempre em ação, mesmo nos momentos mais complicados dos vimaranenses, ligando bem o jogo ofensivo da equipa e arregaçando as mangas no processo defensivo. Abriu o marcador com um golaço, e ao fazê-lo deu uma vantagem que viria a revelar-se determinante para o triunfo.

O momento: Yamada relança emoção

O internacional japonês sub-23 entrou aos 74’ e no minuto seguinte assinou marcou o golo do Nacional, relançando a discussão do resultado. O Nacional acreditou no empate e a partida ganhou emoção e espetáculo, dentro e fora de campo.  

Negativo

Nacional voltou a falhar no capítulo da finalização. A equipa de Tiago Margarido revela números interessantes ao nível construção ofensiva, mas a estatística também diz que é das equipas da Liga com a pontaria menos afinada.