O Farense fez o que só Sporting e Benfica tinham feito em Paços de Ferreira e, após três derrotas consecutivas, saiu da Capital do Móvel com os três pontos na abertura da 28.ª jornada da Liga.

Ryan Gauld e Fabrício Isidoro, já dentro dos últimos 15 minutos, materializaram a crença de uma equipa que luta avidamente pela permanência e que mostrou quanto queria o resultado para chegar aos 25 pontos e pressionar, sobretudo, Marítimo e Nacional. O Paços acentua a pior série – quatro derrotas seguidas – e pode ver a vantagem no quinto lugar diminuir.

A equipa de Jorge Costa cedo deu uma imagem do que seria em quase todo o jogo: entrou a ganhar dois cantos, pressionou, não deixou sair um Paços momentaneamente inquieto perante a boa entrada algarvia e só a partir dos cinco minutos e que a equipa de Pepa respirou melhor, sacudindo o incómodo inicial.

Ainda assim, este Paços raramente conseguiu assentar as ideias firmes que já bem apresentou. Com Eustáquio de volta e Ibrahim como novidade no meio campo – foi a primeira titularidade do nigeriano – os pacenses foram mutilando o seu jogo com perdas de bola ou maus passes que permitiram ao Farense ter algum conforto defensivo.

Oportunidades? Poucas até ao descanso. O Farense, à imagem do que tem sido quase sempre esta época – uma equipa aguerrida, solidária e trabalhadora – foi anulando Douglas Tanque, Hélder Ferreira ou Uilton, que, contudo, foram ganhando afinco em chegar à área de Beto, que não fez uma defesa clara nesse período… mas teve avisos.

Paços de Ferreira-Farense: toda a reportagem do jogo

Ibrahim falhou o golo à boca da baliza (37m) e João Amaral cabeceou bem após um grande cruzamento de Bruno Costa (38m) mas a bola saiu pouco ao lado.

Tudo isto após um Farense que teve uma contrariedade ao quarto de hora com a lesão de Licá após– entrou Fabrício Isidoro – e da boa ocasião até ao descanso, aos 32 minutos: Gauld conduziu com classe a bola e entregou na hora certa a Mansilla, que rematou pouco ao lado.

Na segunda parte, a crença do Farense, mais ligado ao jogo e à necessidade de pontos, valeu frutos na reta final.

Antes disso, os homens de Jorge Costa já tinham demonstrado ser a equipa mais perigosa, com as melhores oportunidades.

Aos 49 minutos, Lucca quase marcou, mas a bola sofreu um desvio em Fernando Fonseca. Depois houve protestos para penálti, mas Manuel Mota entendeu que a queda de Fabrício com Maracás foi de disputa natural.

O grande lance do Paços surgiu num remate de primeira de Eustáquio, que quase dava um golaço (57m). A partir daí, e mesmo com a frescura de Luiz Carlos ou Luther Singh, o Paços foi amorfo, talvez desinspirado e a sucumbir ao acreditar dos de Faro, que sublinharam o perigo num cabeceamento de Pedro Henrique pouco por cima (62m) e noutro negado por Jordi quase em cima da linha (68m). Foi mesmo uma questão de tempo.

Aos 77 minutos, após nada ter assinalado de início, Manuel Mota foi ver as imagens e certificou falta de Marcelo sobre Ryan Gauld, para um penálti que o esquerdino não desperdiçou.

Sete minutos bastaram – já após uma ocasião de Eduardo Mancha negada por Jordi – para Fabrício Isidoro selar as contas aos 84 minutos, na recarga a um lance na área.

A partir daí, Jorge Costa cerrou a equipa atrás e o Paços lá deu um ar mais seu, mas de nada valeram sete minutos de compensação, dentro dos quais surgiu o único remate enquadrado do Paços, por João Pedro.