Ao terceiro encontro entre «castores» e arouquenses nesta época... terceiro empate,desta feita com um 2-2 que deixa o P. Ferreira no 6.º lugar (30 pontos) e o Arouca na 8.ª posição (25). O empate castiga mais o Arouca, que jogou quase meia hora com mais um jogador e permitiu o empate já perto do final.

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O P. Ferreira foi bastante masoquista nesta partida, mas ainda conseguiu ir buscar um ponto que esteve quase a perder-se. A partida fica ainda marcada por um número exagerado de cartões mostrados pelo árbitro Bruno Paixão, que exibiu 12 cartões amarelos e um vermelho direto, expulsando ainda Jorge Simão do banco pacense.

O P. Ferreira mostrou em Arouca os argumentos que colocam a equipa nortenha na parte superior da tabela classificativa. Organização, pragmatismo, eficácia – defensiva e ofensiva – e grande capacidade para controlar todos os tempos de jogo.

Foi assim que chegou à vantagem, sensivelmente a meio da primeira parte. Era o Arouca quem parecia mostrar maior ascendente – até já havia perdido uma boa oportunidade por Maurides – mas, sorrateiramente, os pacenses chegaram à frente e, num lance que não aparentava ser foco de grande perigo, Hélder Lopes cruzou da esquerda para o cabeceamento certeiro de Bruno Moreira. O dianteiro pacense que é o melhor marcador português na Liga aproveitou uma hesitação de Bracali para se antecipar ao experiente guardião brasileiro, fazendo o seu 13.º golo no campeonato, colocando a sua equipa em vantagem.

O conjunto de Lito Vidigal tentou responder à desvantagem, mas sem apresentarem grandes soluções para chegar à baliza contrária. Mérito para a eficaz ocupação dos espaços dos médios mais recuados dos pacenses, ainda que tenha sido evidente alguma desinspiração dos arouquenses.

Talvez devido ao peso de um mês de janeiro atípico – este foi o 9.º jogo dos arouquenses num período de 29 dias – faltou rasgo aos jogadores do Arouca. E nem através de lances individuais a equipa conseguiu criar perigo para a baliza de Defendi.

A exceção aconteceu aos 28 minutos. Após um bom trabalho de Nuno Valente e Jaílson na ala direita, o lateral brasileiro colocou no centro da área para o remate de Zequinha às malhas laterais. De resto, todo o jogo arouquense viveu de algumas tentativas individuais de Ivo Rodrigues e Nuno Valente que mais nem conseguiram assustar o guardião contrário.

Habituados a um futebol mais agradável, os adeptos presentes no Municipal de Arouca começaram a mostrar alguma impaciência, assobiando a exibição menos conseguida dos seus jogadores. Já os pacenses, confortáveis na liderança do marcador, mantinham-se tranquilos na gestão da partida, tentando, a espaços, explorar algum desnorte do adversário.

Tiros nos pés (quase) travam o Paços

Quem também não deve ter ficado nada agradado com o desempenho dos seus jogadores no primeiro tempo foi Lito Vidigal. Por isso mesmo, logo ao intervalo, o técnico arouquense mexeu na equipa de forma a torná-la mais ofensiva.

Assim, Mateus e Walter entraram para os lugares de Zequinha e Nuno Valente, com o avançado paraguaio a ir ocupar um lugar ao lado de Maurides no centro do ataque arouquense.

A mudança da matriz da equipa nem parecia estar a surtir grande efeito, uma vez que a estrutura pacense nunca concedeu grandes espaços ao adversário. Porém, na cobrança exemplar de um livre direto, Lucas Lima ia fazer o empate, resolvendo sozinho um problema que a equipa não estava a conseguir: chegar à baliza contrária.

Se o cenário desanuviava para a equipa da casa, ainda ficou melhor quando Andrezinho decidiu dar uma ajuda ao adversário. Dois minutos depois de entrar em campo, o médio pacense teve uma entrada dura sobre Walter, que fez com que o árbitro lhe mostrasse o cartão vermelho direto, deixando a sua equipa a jogar com menos um durante 25 minutos.

Mas o auto-flagelo pacense não se ficaria por aqui. Poucos minutos volvidos, após um cruzamento para a área de Lucas Lima, Fábio Cardoso aborda mal o lance e acaba por trair Defendi, marcando um auto-golo que parecia dar a vitória ao Arouca, com cerca de dez minutos para jogar.

No entanto, na última cartada dos “castores”, Jorge Simão colocou em campo um irrequieto Roniel que impediria que a sua equipa saísse de Arouca sem pontos. Após um trabalho na área em que ultrapassou vários adversários, o brasileiro atirou sem hipótese para a baliza de Bracali, conquistando um importante ponto para a «obcessão» pontual que Jorge Simão admitiu antes da partida.

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