Respeitinho, muito respeitinho porque perder é proibido.

É pouco provável que este tenha sido o mote de qualquer dos treinadores antes da entrada em campo, mas a verdade é que tanto Estoril como P. Ferreira apresentaram-se bastante receosos nos instantes iniciais da partida na Amoreira.

Só ao cabo de oito minutos é que o jogo começou a aquecer, para gáudio das poucas centenas de adeptos presentes no Estádio António Coimbra da Mota, numa final de tarde invernosa.

Licá teve o condão de levantar os estorilistas quando apareceu na cara de Defendi mas atrapalhou-se na altura fulcral e o lance deu em nada. Dois minutos depois, contudo, o avançado foi feliz pela primeira vez desde que chegou no último defeso.

E se ele já o tinha sido anos antes.

Sempre com o foco no lado esquerdo da defesa pacense, o Estoril foi tentando chegar com perigo à baliza e a estratégia resultou. Licá aproveitou a apatia do adaptado Christian e inaugurou o marcador para os da casa.

Como é natural entre equipas da mesma valia, o Paços acordou com o golo dos canarinhos e começou a criar mais situações de perigo, quase sempre de bola parada. A igualdade surgiu à meia hora, mas num lance de bola corrida. Barnes Osei surgiu no flanco esquerdo, desviou de Mano e rematou frouxo mas colocado, encontrando o caminho da baliza estorilista.

Num jogo de parada e resposta, o Estoril não tardou em reagir e conseguiu recolocar-se na frente menos de cinco minutos depois, curiosamente de bola parada. André Claro contou com um desvio precioso de Monteiro para fazer o segundo e o primeiro desde que se mudou para a Linha.

Ao intervalo o resultado era bem mais animador do que propriamente as exibições dentro de campo. Muita luta e poucas chegadas à baliza com verdadeiro perigo. O Estoril valeu-se da eficácia e também de alguma sorte para justificar a vantagem em tempo de descanso.

FILME DO JOGO

Na segunda parte os papéis inverteram-se um pouco.

Em desvantagem no marcador, o Paços foi atrás do resultado e entrou com uma atitude mais pressionante, ao passo que o Estoril procurou explorar pela certa os espaços deixados na defesa adversária.

Vasco Seabra reforçou o ataque com a entrada de Luiz Phellype e o Paços conseguiu levar mais perigo à baliza do Estoril, na esmagadora maioria das vezes por intermédio de bolas colocadas nas costas da defesa canarinha.

Welthon e Luiz Phellype conferiram mais presença no ataque dos castores e permitiram abrir mais espaços para os colegas poderem entrar e fazer estragos. Osei quase que aproveitava esse desequilíbrio e aos 62’ falhou possivelmente a melhor oportunidade dos visitantes em toda a partida, rematando ao lado quando estava na cara do estreante Luís Ribeiro.

Carmona pediu a Taira para estabilizar aquela zona à frente da defesa e o acerto teve resultados positivos. O Paços continuou a pressionar mas já sem criar tanto perigo.

Na reta final, Carmona foi gerindo a equipa, fazendo sair as unidades mais cansadas, na tentativa de segurar o resultado obviamente.

Os últimos instantes da partida tiveram por isso pouco sumo., o que foi deu jeito à equipa da casa.

O Estoril regressou aos triunfos para o campeonato à décima tentativa e mais de dois meses após o último. Pedro Gómez Carmona consegue também a primeira vitória na Liga enquanto treinador dos canarinhos.

Do outro lado, o Paços continua sem conseguir contrariar a história, visto que nunca conseguiu vencer na Amoreira.

No duelo de emblemas que vestem de amarelo, foi o Paços que levou um sorriso da mesma cor.