Clap, Clap (prolongado), Zé Luís.

A vida é demasiado imprevisível para estarmos constante a traçar planos ou a imaginar hipóteses. Os imprevistos acontecem a toda a hora. Zé Luís nem era para estar na ficha de jogo, entrou e marcou um golo absolutamente sensacional: receção no peito e bicicleta para o fundo da baliza do Paços de Ferreira.

A obra de arte deixou o FC Porto a vencer por 2-0 e a respirar de alívio. Os dragões não fizeram uma exibição de excelência. Longe disso. Fizeram apenas o suficiente para derrotar os pacenses que se apresentaram a um nível muito interessante.

O jogo valeu pelo golo de Zé Luís, resumidamente. 

Sérgio Conceição apenas trocou Mbemba por Manafá em relação à partida de Berna. Ainda assim, os azuis e brancos demoraram a encontrar o caminho para a felicidade. Mérito seja dado aos homens de Pepa.

Não houve qualquer remate às balizas nos primeiros dez minutos. Jogava-se pouco no Dragão. O primeiro lance de perigo pertenceu ao Paços de Ferreira por Uilton (14m). Os castores não se limitaram a defender, perder tempo ou sair em contra-ataque. Souberam ter bola e paciência para a circular.
 

Quem joga assim, está mais perto de ser feliz, não concorda?

Ficha e filme de jogo

Pese embora o conforto no jogo, os pacenses sofreram um rude golpe ao minuto 18. Um lance de bola parada, uma imagem de marca na era Conceição. Alex Telles levantou o pontapé de canto para o segundo poste e Loum superou Maracás no ar e bateu Ricardo Ribeiro. O senegalês estreou-se a marcar pelo FC Porto ao quarto jogo como titular.

O golo inibiu ligeiramente o Paços de Ferreira. Porém, os pacenses acabaram por estar perto do empate por Hélder Ferreira num jogada fortuita. O FC Porto estava algo apático e só despertou verdadeiramente a partir da meia hora e inclusive ameaçou o 2-0 por Marega. Valeu o poste a tirar o golo ao maliano.

Entre a lesão de Aboubakar ao minuto 38 para a entrada de Zé Luís – que rendeu Fábio Silva à última da hora – e um pontapé de Loum não houve momentos de grande interesse. A exceção foi uma queda de Otávio na área num lance com Diaby que Tiago Martins mandou seguir.

De resto, os vinte cinco minutos da segunda parte do FC Porto foram lentos. Os dragões recorreram várias vezes ao pontapé longo e permitiram que o Paços jogasse por várias vezes no seu meio-campo, ainda que sem criar perigo.

Loum foi o despertador que os portistas precisaram. O senegalês ameaçou o 2-0 num pontapé em arco de fora da área que Ricardo Ribeiro travou. A impaciência que contagiava alguns adeptos terminou com a obra de arte, com o golaço de Zé Luís que abre esta crónica.

Zé Luís carimbou os três pontos numa bicicleta fabulosa. O FC Porto podia ter chegado ao terceiro golo nos descontos, mas o cruzamento-remate de Sérgio Oliveira esbarrou no ferro. O 3-0 seria injusto para o que o Paços de Ferreira fez.

Valeu por Zé Luís e pelo seu golo.