Nacional e Paços de Ferreira anularam-se este sábado na Choupana, num jogo bem disputado que viu golos no segundo tempo e que ficou marcado por várias e demoradas consultas ao vídeo-árbitro. O 1-1 final penaliza a formação nortenha, uma vez que foi a que mais argumentos mostrou ante um Nacional que sentiu dificuldades para parar a intensidade e circulação rápida de bola imposta pelo adversário em muitos momentos.  

Entrada em jogo personalizada do Paços, com segurança e assertividade na construção e forte na pressão alta, não permitindo ao Nacional construir como gosta e pede Luís Freire. Aos dois minutos, Luiz Carlos roubou a bola a Lucas Kal e entregou em Tanque, que em zona frontal, disparou para grande defesa de Daniel Guimarães. 

Mais rápido e objetivo na procura das redes contrárias, o Paços foi colocando em sentido a defesa dos insulares e aos 18 minutos, Daniel foi obrigado a nova grande defesa, na sequência de uma transição rápida com remate cruzado de Luther.

Aos 24’, em nova recuperação de bola transformada em ataque rápido, João Amaral surgiu bem posicionado na grande área de Daniel, onde o médio pacense acabou por cair após disputa de bola com Pedrão. O árbitro Hugo Silva apontou para a marca dos 11 metros e mostrou o segundo cartão amarelo ao central alvinegro, mas após ser alertado pelo VAR e depois de ver as imagens, anulou o penálti e a expulsão, amarelando o extremo dos castores por simulação.

Alívio para os madeirenses, que apenas criaram perigo de bola parada, num livre direto de Vincent Thill, que o guardião dos visitantes segurou sem problemas.  

Aos 43’, o jogo de paciência do Nacional quase deu frutos. Lucas Kal descobriu Witi com espaço na esquerda, mas o lateral atirou por cima da trave após entrar na grande área de Jordi.

A terminar a primeira parte, o árbitro voltou a ser chamado ao VAR para analisar um lance entre Gorré e Fernando Fonseca. Em causa, um pontapé do jogador do Nacional na perna do adversário, mas Hugo Silva manteve a decisão de livre contra o Paços.

Luís Freire foi descontente para o intervalo e já com ideia do que era preciso fazer para melhorar o jogo do Nacional, que experimentou dificuldades para surpreender um Paços bem organizado defensivamente e perigoso no ataque. Nuno Borges e Thill ficaram nas cabines, por troca com Azouni e Alhassan, mexidas que renovaram o meio-campo insular na busca de poder de construção, recuperação e manutenção da posse.

O reatamento trouxe um Nacional mais intenso e autoritário, embora ante um Paços mais recuado no terreno, apostado nas transições rápidas. Mas acabou por ser num lance de contra-ataque que o Nacional fez o 1-0, aos 57 minutos, com Witi a ler bem a entrada de Rúben Micael e Riascos na grande área pacense. O capitão dos madeirenses ainda se fez à bola para cabecear, mas foi o colombiano a receber e a desviar rasteiro ante a saída de Jordi.

Seis minutos depois, a equipa de Pepa, que não pôde estar no banco devido à covid-19, ficou perto do empate, num lance bem desenhado do ataque pacense: Tanque, nas alturas, falhou o alvo por pouco. 

Inconformado com a desvantagem, o conjunto pacense encostou o Nacional às cordas e chegou ao empate aos 75 minutos, por Eustáquio, que finalizou na área um belo cruzamento atrasado do recém-entrado Dor Jan.

Mas o Paços queria mais e o médio israelita, que rendeu Bruno Costa, obrigou Daniel Guimarães à defesa da tarde, em mais um lance em que a defesa madeirense só via jogar. 

O Paços estava por cima, mas foi o Nacional a voltar a festejar, embora em vão. Azouni disparou um míssil do meio da rua, aos 83’, mas o lance foi anulado após alerta do VAR, por fora-de-jogo de Riascos no início da jogada, por… três centímetros.

A demorada análise do lance adormeceu o jogo. Após o reatamento, foi a equipa nortenha que mais se empenhou em desfazer a igualdade, mas sem capacidade para ultrapassar o último reduto insular.

O resumo do jogo: