FIGURA: Rafa Silva
Endiabrado, possuído, um selvagem do golo. Rafa não é só rápido a executar. Rafa é velocíssimo a pensar e a decidir o que fazer. Foi assim que acabou com a boa resistência pacense. Ao ver Rúben Dias a levantar a cabeça e a procurar uma linha de passe, Rafa aproveitou o movimento contrário do homem que o marcava e procurou de imediato o espaço entrelinhas. Recebeu de pé direito, puxou para dentro, tirou Baixinho da frente e marcou de pé esquerdo. No segundo golo aproveitou o bloco alto do Paços para sprintar e fazer o passe para Vinícius encostar. Bisou em Alvalade, marcou em Paços de Ferreira e é, por estes dias, o maior desequilibrador do campeonato português. É muito difícil parar Rafa.

MOMENTO: minuto 39, a organização do Paços bloqueia…
… em Rafa, claro. O passe de Rúben Dias é ótimo, a bola entra no homem certo e tudo fica mais fácil para o Benfica a partir daí. O Benfica fez o mais difícil, pois Pepa obrigou os seus homens a terem a lição bem estudada.

NEGATIVO: a pontaria de Douglas Tanque
Contamos três, mas é possível que nos tenha passado algum. Falamos dos remates do avançado do Paços para a bancada. Verdadeiras bombas, poderosas e sem qualquer pontaria. Uma pena para os pacenses, pois Douglas fez um jogo bom em todas as outras vertentes.

Outros destaques:

Ricardo Ribeiro

Não fosse a noite suprema de Rafa Silva, seria Ricardo o melhor em campo. O guarda-redes do Paços de Ferreira replicou a exibição portentosa que fez em Braga e só não parou o que era humanamente impossível. Está aqui um dos bons guarda-redes portugueses.

Adriano Castanheira
Habilidoso, corajoso, talhado para um para um. Veio da Covilhã e já se pode dizer com certeza: o Paços acertou em cheio na sua contratação. Protege a bola como poucos, é esguio e rápido. Um quebra cabeças que André Almeida teve muitas dificuldades em solucionar. Mais um nome português para seguir atentamente na segunda volta do campeonato.

Rúben Dias e Ferro
Os dois golos da noite nascem nos pés direitos dos centrais do Benfica. O primeiro começa em Rúben Dias e na capacidade de leitura do internacional português. O segundo é diferente, pois apanha o Paços balanceado para o ataque. Mas o passe de Ferro para Rafa é fantástico.

Julian Weigl
O alemão fez o jogo mais convincente desde que chegou ao Benfica. Destaca-se pela forma como entrega a bola, sempre redondinha. Não esperam arrancadas, dribles e grandes golos do internacional alemão. Esperem aquilo que sempre deu e que lhe valeu a alcunha de «máquina de passes» na Alemanha.