João Pedro saiu do banco do Paços de Ferreira para anular o golo de Alberth Elis e aquela que seria uma estreia perfeita de Jesualdo Ferreira no comando técnico do Boavista. Um golo para cada lado e empate na Capital do Móvel, com o marcador a mexer só na última meia hora.

O Boavista coroou uma exibição de vontade com um golo bonito ao minuto 61, mas o Paços, que na segunda parte só cresceu verdadeiramente no último quarto de hora, conseguiu evitar a segunda derrota em casa a seis minutos dos 90 e até acabou por cima da pantera nos últimos instantes, à procura da reviravolta.

Jesualdo admitiu que não era fácil fazer uma equipa «num estalar de dedos» e, após quatro treinos, mostrou-se muito interventivo a dar indicações à equipa. De pé, junto ao banco, tal como Pepa do lado do Paços, que voltou à base habitual no onze titular no campeonato, no regresso a casa após jogos na Luz, Alvalade e Dragão. Já o novo técnico do Boavista mudou três homens e, no ataque, saltou à vista a colocação de Angel Gomes como homem no centro do ataque, com Elis e Yusupha nos corredores.

Não foi um jogo espetacular, mas foi interessante e bem disputado pelas duas equipas. As oportunidades foram surgindo com naturalidade, fruto da insistência das equipas e, amiúde, por ressaltos indesejados. Foi o que aconteceu num corte infeliz de Fernando Fonseca, que iniciou a jogada de maior perigo do Boavista na primeira parte: valeu Jordi a evitar o golo de Paulinho (14m).

O Paços respondeu, tentou num remate de Luther Singh e teve excelente ocasião antes do intervalo, mas Léo Jardim fez uma grande defesa após cabeceamento de Marcelo (33m). Na resposta, Angel Gomes lançou Yusupha, mas Jordi opôs-se a dois tempos (36m).

Os golos ficaram reservados para uma segunda parte de grande entrega das duas equipas e foi Elis o homem a surgir com inspiração. Depois de um primeiro aviso a Jordi, o hondurenho arrancou uma boa jogada, tabelou com Angel Gomes e aplicou um ‘chapéu’ à saída de Jordi da baliza.

Estavam jogados 61 minutos e o marcador mexia pela primeira vez, com Pepa, na resposta, a lançar Diaby e Adriano Castanheira à procura de reverter o resultado.

Mas foi outro homem saído do banco a dar vida ao Paços. Num livre de Luther Singh e após sete minutos em campo, João Pedro, na área, foi mais rápido a chegar à bola após um ressalto em Elis e bateu Léo Jardim para o 1-1 final.

O golo deu crença e motivação reforçada ao Paços, que acabou por cima, mas o Boavista conseguiu fechar-se e manter um ponto, num jogo em que, em abono da verdade, se há merecimentos, ninguém merecia perder.

O desfecho deixa o Paços com 15 pontos no sexto lugar, que fica à mercê do Santa Clara, que tem 13 pontos e recebe o V. Guimarães na segunda-feira. O Boavista sai da zona de descida e tem nove pontos, mais dois que o duo algarvio que ocupa as duas posições mais indesejadas da classificação.