Um de pé direito, outro de pé esquerdo. Um numa baliza, o outro noutra. Mais ou menos do mesmo sítio. Luther Singh e Zé Uilton resolveram o P. Ferreira-Famalicão com dois valentes pontapés para um salto provisório de cinco lugares na classificação e caminho aberto para a Taça da Liga.

A equipa de Pepa somou a terceira vitória seguida na época, subiu ao quinto lugar com 11 pontos - ultrapassa Famalicão, Santa Clara, Nacional, V. Guimarães e Rio Ave - e só depende de si para ser um dos seis primeiros classificados ao fim das primeiras oito jornadas. Vai a Moreira de Cónegos, na terça-feira, acertar calendário para tentar fechar o apuramento para a prova mais jovem do futebol profissional.

A motivação para este jogo tinha de existir: as duas equipas vinham de duas vitórias consecutivas entre campeonato e Taça.

Se de um lado Pepa quase nada mudou em relação aos 11 habituais – voltou à base na Liga – mudando apenas Dor Jan por Tanque em relação à vitória sobre o FC Porto, o Famalicão apresentou algumas mudanças. Notadas foram as ausências de Diogo Queirós e Rúben Lameiras: nem no banco estiveram.

O Famalicão entrou mais ofensivo e avisou com dois cabeceamentos, mas o Paços foi-se soltando com o tempo e, numa primeira parte equilibrada, foi a equipa mais sóbria com e sem bola. Chegou com mais calma à frente, melhor, com mais critério e perigo. Seria compensada num rasgo individual aos 20 minutos. Até ao intervalo, a equipa de João Pedro Sousa não conseguiu fazer o suficiente para o empate e até foi Eustáquio a cheirar o 2-0.

O golo, de Luther Singh, surgiu de uma sobra ganha a meio do meio-campo ofensivo. O sul-africano não foi de modas, deixou Gustavo Assunção pelo caminho e aplicou um remate forte e colocado: Luiz Júnior, em estreia na I Liga após o jogo da Taça, não chegou lá. Douglas Tanque estava deitado no relvado em fora-de-jogo, mas não teve intervenção no lance. Legal.

Era preciso dar algo ao jogo do Famalicão e Bruno Jordão e Dyego Sousa foram a jogo na segunda parte. No banho ficaram Iván Jaime e Joaquín Pereyra. Frente reforçada e sinais dados logo ao minuto 49. Depois do primeiro canto a favor, Trotta ficou na cara de Jordi, que fechou bem o caminho num lance cheio de insistências. Depois, foi Dyego Sousa, mas o remate passou pouco por cima (58m).

Apesar da melhoria famalicense, foi o Paços a ter as duas ocasiões mais claras para o 2-0. Luther Singh não atacou a baliza com tudo e o remate foi bloqueado por Gustavo (54m) e Luiz Júnior negou a cabeçada de Douglas Tanque com uma grande defesa. Marco Baixinho, na recarga, atirou para fora.

Com a entrada de Verdonk, Gil Dias subiu no terreno e o Famalicão continuou a pressionar, com mais um lance de Dyego Sousa. Na vantagem mínima, Pepa retocou a equipa, que teve de sofrer, mas não denotou instabilidade emocional. Ao minuto 82, Riccieli queixou-se de um puxão de Fernando Fonseca, mas o árbitro mandou seguir.

O banco do Famalicão foi intervindo com mais força na reta final, mas Zé Uilton, lançado do banco, arrumou as contas num golo semelhante ao primeiro, em cima do minuto 90. Dois pontapés e um grande salto na tabela.