Quis o excesso de pontaria – ou a falta dela – confirmar o nulo entre Paços de Ferreira e o Gil Vicente no fecho da primeira volta da Liga. Os pacenses enviaram duas vezes a bola à trave, mas a ementa final foi igual para castores e galos. Um ponto para cada lado no regresso de Vítor Oliveira à casa na qual foi feliz na época passada.

Sequências esbarradas nos ferros, mas até nem totalmente negativas. O Paços aumenta para quatro a melhor série de jogos a pontuar e soma um pouco mais face à zona de descida, fruto da derrota do Portimonense na Vila das Aves. O Gil Vicente, em época de regresso, vira a Liga na primeira parte da tabela, com algum conforto: também vai em quatro rondas seguidas sem derrotas, igualmente a melhor sequência.

Vindo de bons resultados na Liga, pese a eliminação da Taça de Portugal e menos dias de descanso que o Gil Vicente, o Paços de Ferreira entrou mais ativo e com predisposição ofensiva. Há qualidade e melhoria com os reforços e, com três em campo, João Amaral e Adriano deram força pelas alas. Eustáquio, no meio, ao lado de Pedrinho - figura do jogo - ajudou a construir: ora pela posse sustentada, ora nas variações de jogo em profundidade.

Foi um pouco este o cenário visto nos primeiros minutos, com os castores a morderem terreno ao galo. Cheirou a golo, mas por aí ficou. Adriano fez a bola rasar o poste num remate cruzado (3m), João Amaral e Douglas Tanque falharam o cruzamento de Jorge Silva (13m) e, depois, o avançado brasileiro encheu o pé, mas Denis encaixou o remate, ao minuto 19.

Sem o reforço Rúben Ribeiro nas opções – não havia registo de impedimento prévio – o Gil foi estancando o ímpeto pacense e até teve a melhor ocasião da primeira parte, por Sandro Lima, ao minuto 36. Ficou a centímetros de ser feliz, após driblar Ricardo Ribeiro, que saiu em recurso da pequena área. Antes, já Kraev, num raro rasgo, apareceu com espaço e obrigou Ricardo a esticar-se para manter o nulo.

P. Ferreira-Gil Vicente: toda a reportagem do jogo

A segunda parte teve dois avisos sérios por parte do Gil Vicente, por Naidji, mas o Paços agarrou-se à força recente caseira e carregou pelo golo nos últimos 25 minutos. Antes, já Maracás, a meias com Henrique, levou a bola ao ferro (59m).

Diaby primeiro, Welthon depois e Uilton, por fim, deram outra frescura ao ataque, mas foram homens mais quentes a fazer tremer de novo o galo, que só não inchou pela pontaria que o Paços não conseguiu ter no maior número de ocasiões claras. Tanque, já após falhar o remate por centímetros, levou nova investida ao ferro da baliza de Denis (71m).

Os lances de bola parada e os cruzamentos foram tarefa árdua para o Gil e Marco Baixinho, após bola enviada para a área, viu Denis manter o 0-0, que teimou e imperou por fim. Vítor Oliveira lançou Baraye e Romário, mas também não foi completamente feliz no novo esboço ofensivo.

Nota final para o cartão amarelo a Maracás - falha o Benfica - e para o estado do relvado da Capital do Móvel, com vários traços arenosos que nem sempre deixaram rolar a bola da forma mais coesa.