O Gil Vicente garantiu esta sexta-feira a permanência na Liga, na sequência de um triunfo categórico no reduto do Paços de Ferreira, na abertura da 33.ª jornada. Lourency (11m) e Pedro Marques (53m) marcaram os golos da formação minhota, provando que a necessidade aguça o engenho.

A equipa que ainda lutava por pontos pareceu sempre mais interessada no jogo que o adversário e voltou a demonstrar a sua tendência para garantir resultados muito interessantes fora de Barcelos.

Com o sucessor Jorge Simão a assistir ao encontro nos camarotes do Estádio Capital do Móvel, Pepa aproveitou o primeiro compromisso sem impacto na classificação final – o Paços de Ferreira já sabe que irá terminar a Liga no quinto lugar – para mudar mais de meia equipa.

Apresentando seis novidades no onze, perante um Gil Vicente mais organizado e comprometido com o jogo, o Paços sentiu dificuldades para impor o seu futebol e seria a equipa visitante a criar as maiores oportunidades de perigo ao longo do encontro.

O FILME DO JOGO

Ao 11.º minuto de jogo, aliás, a formação gilista colocou-se em vantagem na sequência de um lance bem desenhado, com grandes responsabilidades para a defensiva contrária.

Lourency surgiu na esquerda, tabelou com Pedro Marques perante a passividade de Jorge Silva e Marco Baixinho e, de ângulo apertado, rematou com o bico da chuteira. Michael Fracaro, habitual suplente, defendeu para dentro da baliza, ficando muito mal na fotografia.

O golo do Gil Vicente surgiu ainda na fase inicial do encontro mas viria a justificar-se perante a superioridade demonstrada pelos homens de Barcelos em Paços de Ferreira. Léautey ganhou vários duelos a Rebocho, Talocha e Lourency ganhavam superioridade sobre Zé Uilton e Jorge Silva, Pedro Marques fazia o que queria de Maracás.

Do outro lado do relvado, as mexidas de Pepa deixaram a linha ofensiva sem processos definidos, com Douglas Tanque entregue à sua sorte perante a inoperância de Zé Uilton, Matchoi Djaló e João Amaral. Eustáquio e Bruno Costa, nomes associados ao FC Porto para a próxima época, também não conseguiam equilibrar os pratos da balança com o meio-campo contrário.

A equipa minhota voltou para a segunda parte com a mesma disposição e chegou com naturalidade ao segundo golo, beneficiando de uma falha de Bruno Costa, que deixou passar uma bola endossada por Eustáquio (53m).

Pedro Marques, jovem avançado que o Sporting cedeu ao Gil Vicente para a segunda metade da época, demonstrou toda a sua qualidade no Estádio Capital do Móvel. Depois de assistir Lourency, agradeceu a benesse de Bruno Costa e picou a bola com classe à saída de Michael Fracaro.

Pepa não mexeu ao intervalo e recorreu aos habituais titulares após o 0-2. Porém, nem as entradas de Hélder Ferreira, Luther Singh e Luiz Carlos despertaram a equipa pacense, que parecia resignada com o seu período de ressaca após a celebração do apuramento para as competições europeias.

A formação orientada por Ricardo Soares continuou a dominar o encontro, com tremenda organização, e esteve perto do terceiro golo, primeiro por Pedro Marques – não conseguiu finalizar uma jogada brilhante do Gil Vicente ao minuto 68 – e pouco depois por Claude Gonçalves, outras das melhores unidades em campo. O melhor que o Paços conseguiu fazer foi um remate muito perigoso de Douglas Tanque, já ao cair do pano, ligeiramente ao lado da baliza. Desfecho natural e inequívoco na Capital do Móvel.