A FIGURA: Tiago Rodrigues
Jogo de caminhos intrincados e cadeados pesados a fechar as balizas. Só mesmo um pontapé extraordinário, como o de Tiago Rodrigues, podia arrombar um dos bastiões defensivos. Cruzamento ótimo de Salvador Agra na direita e pé direito de Tiago a bater na bola, de primeira e com uma força sobre-humana. Nada a fazer para Mário Felgueiras. Médio talentoso, Tiago vem adiando a definitiva afirmação no futebol português e no FC Porto, clube detentor do passe. Este momento pode servir como mola propulsora para uma temporada convincente no Nacional.   

O MOMENTO: minutos 68, a fúria de um Valente
Agressividade, insistência, polémica. O Paços insistia, bombeava bolas na área do Nacional, até que Pedrinho parece fazer jogo perigoso sobre um defesa e a bola sobra para o pontapé de primeira de Ricardo Valente. Em fúria! 1-1, com os insulares a protestarem falta de Pedrinho, aparentemente com razão. Terceiro golo de Valente na Liga.

POSITIVO: Washington
O menino que vendeu havaianas para sobreviver está a ficar um médio de excelência. Farol do meio campo insular, sempre com a preocupação de recuar e receber a bola de frente para o jogo. Entrega preferencialmente curto, sem arriscar e imune ao erro. Tem um bom pé direito, é alto e esguio, um elemento muito interessante a despontar na criação de Manuel Machado.

A Crónica do Jogo: ineficácia supera guerra estratégica

OUTROS DESTAQUES

Tobias Figueiredo
Omnipresente na área do Nacional. Limpou tudo. De cabeça, com os pés, em lances de jogo corrido ou bola parada. Uma atuação praticamente imaculada do central cedido pelo Sporting ao Nacional. À atenção de Jorge Jesus, naturalmente. Concentrado e estável, francamente bem.

Mário Felgueiras
Parar o pontapé de Tiago Rodrigues era completamente impossível. No resto, Felgueiras esteve impecável. Salvador Agra arriscou várias vezes de livre e o guarda-redes do Paços não largou uma bola. Já não o víamos a atuar há alguns anos com este detalhe e a sua evolução é impressionante. O Paços Ferreira tem aqui um excelente valor para a baliza.

Welthon
Ponta de lança forte, capaz de jogar de costas e definir com o pé esquerdo. Sabe o que faz, executa bem e apresenta números interessantes neste regresso à Europa – passou anteriormente pelo Sp. Braga. Tobias não lhe deu um palmo, mas Welthon foi à luta, ganhou faltas e fez o trabalho sujo no ataque. Não pode é falhar como falhou aos 57 minutos na cara de Rui Silva.

Leandro Silva e Pedrinho
Muito trabalho, muita luta, pouca lucidez. Dois médios de inegável valor, o primeiro mais defensivo, o segundo de amplo campo de influência, mas com uma noite de pouca ou nenhuma harmonia com os homens da frente. Sempre longe de terrenos de ligação ao ataque, não pararam de correr um segundo e o destaque surge precisamente pela comovente entrega. Têm, porém, valor para um futebol distinto.