A FIGURA: Nuno Mendes

Há algo de Eric Abidal na passada larga e de Roberto Carlos na potência. Pérola avalizada por qualquer especialista de bons modos e intenções. O 3x4x3 permite-lhe uma projeção ofensiva que dá ao seu futebol uma dimensão interessantíssima. Raramente erra, raramente comete excessos. Um menino já com grande maturidade competitiva. É muito forte a cruzar, executa bem o gesto técnico e levanta a cabeça antes de tocar a bola. É dele que nasce o golo de Coates, o 2-0. Apanhou com o rapidíssimo Zé Uilton, mas ganhou-lhe quase sempre no pique. O Sporting tem aqui um ativo valiosíssimo.  

O MOMENTO: torres centrais ao ataque e 2-0 (minuto 63)

O Paços estava mal, mas continuava vivo. E tiveram de ser três defesas do Sporting a acabar com as dúvidas na partida. Nuno Mendes (sempre ele) cruzou de pé direito na esquerda, Feddal ganhou nas alturas e serviu de cabeça para Seba Coates marcar. Tudo fácil, tudo com o Paços a ver.

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Outros destaques:

Feddal:

Muito tranquilo, aparentemente distante do jogo. Quem olha para o marroquino e o vê em campo, não identifica nenhuma gota de suor. É uma estátua impassível. É isto uma crítica negativa? Nem por sombras. Sempre que necessário, lá esteve ele a reagir e fazer o que lhe competia. Bem na cobertura defensiva, no espaço entre Coates e Nuno Mendes, e ainda melhor a assumir a responsabilidade na primeira fase de construção. Fez a assistência para o golo de Coates. É internacional marroquino, veio da liga espanhola e conhece todos os momentos do jogo. Boa contratação.

Tiago Tomás

Tem só 18 anos e é importante começar por aí. A irreverência embrulha-se com ansiedade e as decisões nem sempre são boas. Falhou dois golos cantados, precisamente por culpa dessa excessiva vontade. Logo no início encostou para as nuvens um cruzamento de Nuno Mendes e já perto do intervalo rematou ao lado, quando tinha a obrigação de marcar ou, pelo menos, servir Nuno Santos. A qualidade está lá, agora é ter paciência e dar minutos de jogo a este avançado.

Pedro Porro

 

Segunda parte muito boa. Raçudo, comprometido com a equipa, apareceu ainda na marcação de um livre direto. Se melhorar os índices físicos – acabou em sofrimento – será certamente uma unidade importante nas escolhas de Rúben Amorim.

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Bruno Costa

É o homem das bolas paradas no Paços e até ao intervalo foi do pé direito de Bruno que saíram os maiores calafrios para Adán. Tem qualidade, sabe jogar, mas tem de se mostrar mais ao jogo, ter mais bola e ser mais influente. Mostrou no FC Porto que pode ter uma carreira bonita e o Paços é o local ideal para consolidar o nome na I Liga. Discreto, competente mas, insistimos, demasiado altruísta. Faltam-lhe golos e assistências. Ainda assim, nota positiva.

Douglas Tanque

 

De frente para a baliza e com espaço é, não há dúvidas, um perigo. Quando o pé esquerdo acerta na bola, meus senhores, saiam da frente. Ameaçou o golo logo no início, mas o trio defensivo do Sporting começou a acertar na marcação e Tanque passou a jogar sobretudo de costas. Aí, apesar do poder e a capacidade de rodar, foi menos ameaçador.  

Marcelo

 

O melhor do setor recuado do Paços no reencontro com a antiga equipa. É o patrão da defesa e o mais fiável dos seus integrantes.