Welthon Fiel Sampaio. Figura de cartaz desta Paços de Ferreira, artista de renome na Mata Real, absolutamente decisivo na receção ao visitante mais incómodo desta Liga. O Vitória falhou o assalto à Capital do Móvel e ao terceiro lugar (2-0).

Quem levará Welthon no final da presente temporada? É a única dúvida que fica, porque o avançado de 24 anos tem um leque de recursos imenso, de alto gabarito. Foi ele o Rei, o nobre escritor da sentença que privou o Vitória de pontos.

Com uma assistência e um golo, o jogador brasileiro colocou um ponto final em quatro jogos sem vencer do Paços de Ferreira, levando a uma queda na tabela classificativa. A equipa de Vasco Seabra mantém um belo registo no seu reduto, digno de lugares mais cimeiros.

O Paços soube reagir à adversidade, à ausência de nove elementos e à pressão de resultados negativos. Aguentou a superioridade do Vitória na etapa inicial, quando jogou contra o vento, e soube materializar o seu ascendente depois do reatamento. Jogaram-se períodos de bom futebol em dia de tempestade na Capital do Móvel.

Pedrinho desfez o nulo ao minuto 59 e Welthon, na cobrança soberba de um livre direto, cavou um buraco do qual a equipa de Pedro Martins não conseguiu sair.

O Vitória de Guimarães ainda não superou a saída de Tiquinho Soares, associada à ausência prolongada de Moussa Marega. O maliano regressou nesta sexta-feira à competição mas ficou no banco de suplentes, entrando já após o 1-0. Depois de utilizar Texeira, Pedro Martins apostou em Rafael Martins no centro de ataque. Gégé, em estreia, formou dupla coesa com Monteiro e anulou o perigo.

Hernâni reclamou protagonismo na manobra ofensiva da formação minhota mas não conseguiu balançar as redes contrárias nas boas ocasiões de que dispôs. Ao intervalo, o nulo era lisonjeiro para o Paços de Ferreira. Porém, o balanço final transmite justiça ao triunfo pacense.

O vento teve importância capital na história do jogo. Se o Vitória foi melhor no primeiro período, quando tinha esse elemento a seu favor, viu-se amarrado nas saídas após o intervalo e quebrou com as primeiras investidas da formação local.

Vasco Seabra sorriu com as apostas em Filipe Melo e Diego Medeiros ao minuto 58. Medeiros entrou para o lado direito do ataque e, numa das primeiras vezes em que tocou na bola, originou o primeiro golo do encontro. Welthon dominou entre os centrais e tocou atrasado para um remate violento de Pedrinho.

Pedro Martins lamentava por essa altura o que Raphinha e Hernâni tinham falhado na etapa inicial. A falta de eficácia foi fatal para o Vitória de Guimarães.

O Paços esperou e agarrou a felicidade. Fê-lo com paciência, com máximo proveito do que o jogo lhe ia dando. E de Welthon, não nos cansamos de repetir. Depois de Josué ter carregado o brasileiro em falta à entrada da área, não assinalada pelo árbitro do encontro, Bruno Santos conquistou um livre em posição frontal.

Welthon, sem grande preparação, assumiu a cobrança do livre e desenhou um arco perfeito, em direção ao ângulo da baliza de Douglas. Pedro Martins já tinha lançado Marega mas sofria novo golpe. O decisivo.

O Vitória pressionou em busca do 2-1, Rafael Defendi teve de aplicar-se e destacou-se com uma defesa providencial após cabeçada de Zungu. A diferença mínima no marcador seria mais adequada, feito o balanço, mas esta não era noite feliz para a equipa de Guimarães. Quando o autocarro da equipa raspou no muro à entrada para a Mata Real, um adepto desabafou: «Isto é mau sinal». Foi, de facto.