Foi preciso recorrer à lei do grito, mas o Vizela arrancou uma vitória importante em Paços de Ferreira, por 2-0, com um golo de Friday Etim e um autogolo de Fredriga. Por outro lado, os pacenses ainda não encontraram o norte neste campeonato: há 13.ª jornada, continuam sem vencer e com apenas dois pontos. A paragem para o Mundial já vem tarde e veremos se chegará para impedir a despromoção.

Álvaro Pacheco estava castigado e, por isso, viu-se limitado a dar indicações a partir das bancadas. Ainda assim, a proximidade com o relvado proporcionada pelo Estádio Capital do Móvel ajudou o técnico vizelense, que não se cansou de dar instruções à equipa, sobretudo após uma fraca primeira parte. Ao intervalo, com duas alterações, mudou completamente o rumo do jogo e assegurou os três pontos.

FILME DO JOGO

Os primeiros 45 minutos foram bastante animados e denotaram uma equipa que claramente tinha vontade de vencer. O Paços somou várias oportunidades de golo, mas falhou na definição – que o diga Bastien Toma – ou então foi Buntic a agigantar-se para travar os remates de Nico Gaitán e Matchoi Djaló, os dois melhores do lado anfitrião.

Álvaro Pacheco estava claramente irritado com a exibição da sua equipa, sobretudo pela falta de capacidade de ter bola e conseguir sair para o ataque. O Vizela teve apenas uma ocasião de golo em toda a primeira parte e, em alta voz, o treinador exigia maior pressão sobre os médios adversários, mais velocidade e fartou-se de implorar: «é para correr para a frente».

Mal ouviu o apito para intervalo, Pacheco enviou uma mensagem ao adjunto que ocupava funções de principal esta tarde. «É para rasgar» (no balneário), disse insistentemente, ao passo que Nuno Moreira e Friday Etim foram lançados para aquecimento.

Ora, o nigeriano viria a revolucionar a partida. Com a sua ginga e velocidade característica, logo nos primeiros minutos «saltou» em cima dos centrais pacenses, que tiveram muito mais dificuldades em sair a jogar.

Num livre lateral, Etim foi mais forte que o adversário ao segundo poste e, fruto de alguma confusão, conseguiu o desvio para rematar em queda e espezinhar a confiança dos castores.

O Vizela ficou claramente por cima do jogo e ganhou novo ânimo. Por isso, o segundo golo era uma inevitabilidade. Novamente de bola parada, desta feita um canto, Bruno Wilson cabeceou e a bola embrulhou-se nas pernas de Ferigra, que já não conseguiu evitar o autogolo.

O Paços de Ferreira ficou claramente em choque e sem capacidade de resposta. Já sem laterais, José Mota enviou todas as armas de ataque para dentro das quatro linhas, mas poucas foram as reais ocasiões de perigo, até porque a qualidade de jogo diminui bastante devido à chuva intensa que se fez, então, sentir.