*Por Rui Pedro Paiva

O Santa Clara venceu este domingo o Paços de Ferreira por 2-1, num jogo no qual os açorianos se superiorizaram aos castores, tendo em Guilherme Schettine, o autor dos dois golos, o responsável pelo segundo triunfo consecutivo (após vitória frente ao Famalicão).

Só quando o árbitro do encontro apitou para o início da partida é que as dúvidas acerca da realização do jogo se dissiparam. Depois de no sábado o encontro ter estado envolvido em vários adiamentos e cancelamentos precipitados, eis que o jogo passou mesmo para esta tarde. O problema – a falta de visibilidade das linhas de jogo provocada pelo mau tempo – foi corrigido e as duas equipas foram para jogo, mesmo num relvado encharcado e perante um vendaval.

E a espera em torno do jogo deixou as duas equipas com ‘fome de bola’. Nos primeiros dez minutos assistiu-se a duas equipas a batalhar pelo domínio no encontro. Aos dois minutos, o Santa Clara até marcou, mas Carlos Júnior estava flagrantemente em fora-de-jogo. Reagiu o Paços, com um remate de fora da área de Pedrinho para defesa atenta de Marco, aos 5 minutos, e com um remate cruzado de Douglas Tanque que passou muito perto do poste esquerdo dos açorianos três minutos depois.

O FILME E A FICHA DE JOGO.

Depois de um período de maior controlo por parte dos castores, foi a vez do Santa Clara assumir a despesa do jogo. Neste período, duas excelentes oportunidades de golo para os açorianos: aos 13m, Carlos Júnior de frente para a baliza não aproveitou o passe milimétrico de Lincoln; aos 22m, Costinha de livre direto descaído para a esquerda acertou na barra. A equipa da casa iria mesmo chegar ao golo, aos 23 minutos, com uma cabeçada de Fábio Cardoso após livre batido para a área por Lincoln. Celebrou-se, a bola foi para o meio campo, mas, após um momento de espera, o VAR assinalou fora-de-jogo do central dos açorianos e anulou o golo.

Ao longo do primeiro tempo, o registo manteve-se: um jogo equilibrado e bem disputado. Apesar os açorianos terem tido as melhores oportunidades, as duas equipas conseguiram chegar perto da baliza contrária com perigo. Uma batalha para ver qual das equipas se conseguia adaptar melhor ao estado do relvado e ao intenso vento. No final dos 45 minutos, nulo no mercador.

Durante o intervalo, uma nota de reportagem: as linhas do jogo viram a sua pintura reforçada, através do contributo de vários funcionários do estádio e do Santa Clara, inclusive da própria equipa de comunicação do clube.

Quando os adeptos ainda se estavam a sentar para a segunda parte, eis o golo do Santa Clara. Num lance aparentemente inofensivo, o guarda-redes Ricardo Ribeiro erra o passe e Guilherme Schettine aproveita para inaugurar o marcador. Uma fífia do guarda-redes pacense, aproveitada da melhor maneira pelo brasileiro do conjunto açoriano. E estava feito o 1-0. Um balde de água fria para a equipa de Pepa, que ao intervalo tinha feito uma dupla substituição com as entradas de Denilson Júnior e Marcelo.

O golo afetou o Paços e motivou os açorianos. A equipa de João Henriques aumentou o ritmo de jogo, subiu as linhas e forçou o segundo, tendo visto, até, um golo anulado a Zaidu por fora-de-jogo aos 53 minutos (o terceiro tento anulado aos açorianos no jogo).

Até ao final do encontro, apesar da posse de bola repartida, foi o Santa Clara a controlar as instâncias da partida. Depois de Carlos Júnior e Santana (aos 71 e 79) terem desperdiçado excelentes oportunidades para fazer o golo, foi Schettine que mostrou como se finaliza. Após um canto, o avançado brasileiro teve a cabeçada certeira que iria ser essencial para assegurar a vitória ao conjunto açoriano.

Mesmo em cima dos 90, o Paços iria reduzir através de uma grande penalidade, exemplarmente cobrada por Marco Baixinho.