Contratado na época passada, Lucas Silva tardou em afirmar-se no Paços de Ferreira. No entanto, o avançado está agora a viver o melhor período desde que chegou a Portugal. 

«As coisas não correram como esperava, passei momentos muito difíceis, cheguei a chorar em casa e pensei algumas vezes em ‘chutar o balde’. Graças a Deus não desisti, nunca perdi o foco ou deixei de trabalhar e, acima de tudo, nunca duvidei das minhas capacidades», referiu, à Lusa.

O brasileiro vive, por estes dias, como um herói na Capital do Móvel depois de ter anotado o golo do triunfo histórico contra o Tottenham. Lucas Silva admitiu que jamais sentiu pressão enquanto encarava o guarda-redes do conjunto inglês.

«As coisas acontecem naturalmente e, naquele lance frente ao guarda-redes, tive muita tranquilidade na hora de rematar. Pressão? Pressão é olhar para os nossos familiares e saber que temos de colocar pão na mesa. A gente faz o que ama», destacou, prometendo uma equipa a lutar pelo apuramento em Londres.

«Sabemos que é um adversário muito difícil, mas também temos muita qualidade e, com os pés no chão, vamos lá claramente em busca da classificação.»

Em Paços, o antigo jogador do Flamengo diz sentir-se em casa, falou mesmo «numa família em que cada um ajuda o outro» e disse querer «desfrutar», «sem perder o foco, sempre com trabalho, humildade, golos e assistências».

«O plantel tem muita qualidade e há ainda alguns ‘cascudos’, como o [Marco] Baixinho, o Luiz [Carlos] ou o Antunes, que ajudam os mais novos. Mas o grupo é muito feliz e cobramo-nos mais», confidenciou.

Ao serviço do Mengão, Lucas Silva trabalhou com Jorge Jesus, treinador que mereceu elogios e com quem falou antes de aceitar a proposta do Paços. 

«Sou abençoado e um privilegiado por ter trabalhado com ele, pelas coisas que vivi e aprendi», confessou.

«Falei com o João de Deus e outras pessoas, inclusive o Jorge Jesus, que apenas me disse para vir com a cabeça boa, porque o Paços era um bom clube. Estou muito feliz em Paços, só tenho mais saudades da picanha do Brasil, com aquele arrozinho, feijãozinho e batata frita», concluiu.