Primeiro deslize do Sporting de Jorge Jesus, que assim não consegue chegar às quatro vitórias em igual número de jogos, algo alcançado pela última vez em 1990. O leão não rugiu como nos duelos anteriores, e acabou punido por um Paços de Ferreira que deixou excelente imagem em Alvalade.
 
Com um bloco coeso e algo adiantado no terreno, a equipa de Jorge Simão condicionou o jogo interior do Sporting e conseguiu dividir o jogo, suportando a luta de meio-campo com a combatividade de Pelé e Christian.
 
As alterações introduzidas por Jorge Jesus no «onze» leonino também retiraram algum fulgor ao Sporting. Aquilani fez de Adrien e deu qualidade na circulação de bola, apesar da sobrelotação na zona central do terreno, mas incutiu menor agressividade na recuperação de bola. Montero relegou o compatriota Teo Gutiérrez para o banco mas fez 45 minutos muito apagados, e ao intervalo ficou no balneário.
 
O Sporting fez a exibição menos conseguida da época, é certo, mas o empate deve-se sobretudo ao mérito de um Paços de Ferreira que promete fazer uma época bem positiva.
 
Veneno de Carrillo a contrariar as dificuldades
 
Ao contrário do que tinha sucedido nos três duelos anteriores, desta vez o Sporting não conseguiu assumir uma entrada pressionante, a encostar o adversário às cordas. Mérito do Paços de Ferreira, não só pela organização defensiva, mas também por ter mostrado desde cedo que ia procurar a baliza de Rui Patrício.
 
Foi a equipa visitante a criar a primeira ocasião de perigo, de resto, com Roniel a atirar ao lado após um lançamento lateral de João Góis que causou problemas à defesa leonina.
 
O Sporting respondeu por intermédio das duas novidades no «onze»: Montero não chegou a rematar, bem desarmado por Fábio Cardoso (10m), mas Aquilani não ficou assim tão longe do golo com um belo chapéu de fora da área (15m).
 
Pelo meio os «leões» pediram penálti por mão de Hélder Lopes, mas o lateral esquerdo pacense tem o braço recolhido junto ao corpo.
 
Um fantástico corte de Marco Baixinho (qualidade oriunda do CNS) evitou que Bryan Ruiz inaugurasse o marcador aos 32 minutos, quando 40 mil pessoas já estavam a levantar-se dos respetivos lugares em Alvalade.
 
Marafona chegou ao intervalo sem qualquer defesa (apesar dos lances de perigo já enumerados), mas foi de uma má intervenção sua, no caso com os pés, que surgiu o tento inaugural. João Mário explorou o desposicionamento da defensiva contrária e descobriu Bryan Ruiz na área, que depois atirou cruzado para a conclusão de Carrillo ao segundo poste (42m).
 
Ainda antes do intervalo Slimani reclamou uma grande penalidade (e viu cartão amarelo), mas num lance em que parte de posição irregular.
 
Gelson agitou mas o leão encolheu-se
 
Na segunda parte voltou a ser o Paços a criar a primeira oportunidade, com Roniel a aparecer em excelente posição na área mas a optar pelo remate cruzado (que saiu ao lado), quando tinha dois colegas a pedir a bola em posição frontal (47m).
 
Jesus tinha trocado Montero por Gelson ao intervalo, e foi o internacional sub-20 português que respondeu, com um excelente trabalho sobre Marco Baixinho à entrada da área, concluído com um remate que passou a centímetros do poste (49m).
 
Gelson voltou a entrar bem no jogo, ainda que a deslocação de Carrillo para uma posição mais central tenha retirado influência ao peruano (a alternativa seria Ruiz).
 
O Paços nunca deixou de criar perigo, porém, e Andrezinho teve o golo nos pés naquela que foi a sua última intervenção no jogo, mas Rui Patrício negou-lhe o empate com a perna. Cinco minutos depois foi Roniel a entrar na área pela esquerda, mas hesitou muito perante o guarda-redes leonino, junto ao primeiro poste, e permitiu que João Pereira recuperasse posição.
 
 
Pelo meio Slimani voltou a pedir grande penalidade, mas o árbitro nada assinalou, num lance que parece desenrolar-se fora da área.
 
O Sporting ia perdendo fulgor, nesta altura, demasiado amarrado à influência de Ruiz e Carrillo, e a dez minutos do fim sofreu um dissabor. Muito contestado pelo Sporting (Bruno de Carvalho aplaudiu-o ironicamente à saída do relvado), Manuel Oliveira assinalou puxão de João Pereira a Cícero, na área. O lateral leonino foi expulso e Pelé, chamado à conversão, fez o empate para o Paços.
 
Foi em inferioridade numérica que o Sporting foi à procura do golo da vitória, mas Marafona negou esse brilharete a Gelson Martins, a dois minutos do fim.