A FIGURA: Héctor Herrera
Um golo num excelente cabeceamento – movimento raro no mexicano – e uma assistência perfeita para o golo de Diogo Jota. Tarde positiva do capitão azul e branco, tantas vez destratado por adeptos e críticos, nem sempre de forma injusta. Teve qualidade a circular a bola, muita vontade e acalmou a equipa no momento em que mais precisava (logo a seguir ao golo do Paços). Nunca será um nome unânime. Por uma vez, mesmo num jogo de importância relativa, merece a distinção. Patinho feio? Cisne.  

O MOMENTO: penálti na área do Paços (minuto 38)
Típico lance em que o avançado (Brahimi) ganha a frente ao defesa (Bruno Santos) e ao sentir o braço no peito tenta conquistar a falta. Bruno arriscou com o movimento do braço, mas o castigo máximo é duvidoso. Seja como for, Brahimi arrancou para o penálti, até bateu mal, mas a bola passou por baixo do corpo de Mário Felgueiras. FC Porto na frente do marcador e libertado de uma pressão insustentável.

NEGATIVO: cantos mal defendidos pelo FC Porto
Três situações de finalização para o Paços na área azul e branco, todas a nascer de pontapés de canto. Depois de já ter consentido o empate ao Marítimo na semana passada, num lance idêntico, o FC Porto voltou a mostrar limitações. Desconcentração pontual?  

OUTROS DESTAQUES

Ivan Marcano

A solidez do costume, sinal consistente ao longo da melhor temporada do espanhol de dragão ao peito. Mais uma partida sem erros, sempre muito forte na antecipação e nas bolas paradas. Principalmente ofensivas. É por estes dias o jogador mais estável do FC Porto. Um líder silencioso.

Diogo Jota
Lançado ao intervalo, o avançado fez golo ao ex-clube na primeira vez em que tocou na bola. Uma aposta feliz de Nuno sobre um jogador que na semana esteve esquecido no banco de suplentes durante 90 minutos. É um extremo diferente, não quer o flanco, procura zonas interiores e caminhos curtos para a baliza.

Brahimi
Sofreu e marcou o penálti no segundo golo, mas as melhores ações até foram de outro tipo. Serviu Soares num par de ocasiões, driblou, driblou muito, cometeu erros, exagerou, mas quis, quis muito, quis tudo. É um jogador de tipificação muito especial, rara. Quem o compreende, consegue tê-lo; quem o julga injustamente, perde-o rapidamente.

Vasco Rocha
Primeira parte de excelente nível do médio pacense. Sempre de cabeça levantada e a tomar as melhores opções. É um operário qualificado, especializado na circulação e com capacidade de chegar à frente e aproximar as linhas da equipa. Os elogios recentes de Vasco Seabra, em entrevista ao Maisfutebol, são mais do que justos.

Otávio
Pormenores de génio numa exibição intermitente. O toque de calcanhar a entregar a Brahimi no primeiro tempo é fantástico e a arrancada aos 78 minutos, culminada com um remate perigoso, justifica aplausos. Tem de estar mais tempo dentro do jogo. A qualidade individual não merece reparos, apenas um acenar de concordância.

Miguel Vieira
Não perdeu um lance com Tiquinho Soares. Pelo ar e pelo chão, particamente imbatível. Nota alta, pois, para o defesa central do Paços.

Andrezinho
Pés de veludo, corajosos, seja em que contexto for. É dele o remate que desvia em Ricardo Valente e trai Iker Casillas no golo do Paços. Um menino que possui condições excelentes para crescer em segurança.