Por Arnaldo Cafofo

O P. Ferreira conseguiu derrotar o União da Madeira por 4-3, num jogo com total incerteza sobre o desfecho e emoção até ao fim. Os madeirenses dominaram a primeira parte, chegaram ao intervalo a vencer por dois golos mas, no segundo tempo, os pacenses conseguiram dar a volta ao resultado. A equipa de Luís Norton de Matos só pode queixar-se de si própria, por não ter conseguido segurar a vantagem confortável da primeira parte e por ter acabado o jogo com menos um jogador em campo.

O União entrou bem na partida, e logo aos quatro minutos, criou perigo na área pacense, com Élio Martins, como referência mais adiantada da pressão, a tentar baralhar a defesa contrária. O golo inaugural chegou, assim, sem surpresa, logo aos 18 minutos, precisamente por Élio Martins, que concluiu uma jogada conduzida por Amilton, que avançou pelo lado direito e cruzou para a área. Sem marcação, Élio aproveitou o espaço para fazer golo.

O Paços tentou responder, mas raramente conseguia chegar com perigo á baliza dos insulares, que mantinham a coesão defensiva e raramente davam hipóteses.

Aos 27 minutos, Élio Martins voltou a aparecer na área, desta vez rodeado de defesas pacenses, conseguindo atrasar para Breitner, mas o remate do brasileiro foi desviado por uma defesa no momento decisivo.

Face à incapacidade do Paços em reagir, aos 35 minutos Paulo Monteiro fez golo, anulado por fora de jogo. Mas o segundo golo dos madeirenses iria mesmo surgir antes do intervalo, na sequência de um livre bem colocado, de Breitner.

A vantagem de dois golos poderia dar alguma folga á turma insular, mas no segundo tempo o Paços entrou bem no desafio e Minhoca, acabado de lançar no jogo por Jorge Simão, fez o golo que começou a mudar o filme. Um lance em que o Gudiño saiu da baliza para socar, mas com a bola a sobrar para Minhoca que, fora da área, conseguiu cabeceia para golo.

O golo enervou os jogadores do União que, momentos depois, viram a vantagem ser totalmente anulada e a bola entrar na sua baliza pela segunda vez, após um cruzamento de Bruno Santos do lado direito. A bola chegou aos pés de Cícero que não teve dificuldades em fazer o golo do empate.

A sucessão de acontecimentos fazia lembrar o jogo de há duas semanas, frente ao V. Setúbal, no qual a equipa azul e amarela chegou ao intervalo a vencer por dois golos e, no segundo tempo, se deixou empatar.

As coisas já não estavam a correr de feição para os insulares e ficariam ainda piores aos 61 minutos quando Shehu viu o segundo amarelo, sendo expulso da partida.

Com menos um jogador em campo o União passou por dificuldades e aos 68 minutos, Paulo Henrique assinou o golo da reviravolta no marcador, num livre direto sem hipóteses para Gudino.

Mesmo assim, o União renasceu e reentrou na discussão do jogo aos 79 minutos, com o golo de Amilton a restabelecer novo empate á equipa da casa. Os festejos duraram pouco, porém: aproveitando a superioridade numérica, o Paços voltou a virar o marcador a seu favor aos 87 minutos, num grande lance individual de Diogo Jota.

A derrota do União acaba por ser justa: é verdade que dominou a primeira parte, mas no segundo tempo afrouxou e não conseguiu evitar a derrota. Como consequência, a equipa madeirense vai ter de sofrer até ao fim do campeonato para assegurar a permanência, enquanto o Paços reacende a esperança de terminar num lugar europeu.