Mantém-se a série invicta de Rúben Amorim à frente do Sp. Braga: oito vitórias e um empate em jogos para a Liga. A vítima deste domingo foi o Marítimo, mas a equipa de José Gomes fez questão de vender cara a derrota. O triunfo dos minhotos não é passível de discussão, mas peca pelos números com que foi alcançado: 2-1.

Os bracarenses revelaram um grande caudal ofensivo mas também muito desperdício na hora da finalização, sendo obrigados a sofrer até ao último minuto por um conjunto madeirense luta pela fuga da parte baixa da classificação. O Marítimo vai fechar a 23.ª jornada acima da linha de água, mas o limite desta continua muito perto.

Melhor início de jogo não podia desejar o Sp. Braga. Mas também fez por isso. Pressão alta, critério na construção e grande capacidade para criar desequilíbrios ante um Marítimo que desde os primeiros minutos revelava dificuldades nas marcações.

Após dois avisos sérios, foi com alguma naturalidade que Trincão abriu na direita para Esgaio e o lateral dos minhotos devolveu para o extremo desviar junto ao primeiro poste e abrir marcador, aos 5 minutos. Tudo fácil, mas Nanu não recuperou para ajudar Rúben Ferreira, que pouco ou nada pôde fazer para impedir a tabela.

O segundo golo do Sp. Braga esteve para acontecer num par de ocasiões nos minutos seguintes, mas já depois de José Gomes efetuar algumas mudanças táticas (obrigando os extremos a recuar mais no apoio aos laterais), foi o Marítimo, em duas transições rápidas, a cheirar o empate. No primeiro lance, aos 24 minutos, Nanu cruzou com muita força e chegado à baliza, não dando hipótese para Edgar Costa fazer a emenda. Dois minutos depois, valeu a atenção de Matheus para anular o remate em esforço de Joel, após uma combinação com Maeda.

Estava dado o mote para o um jogo aberto e com muitos lances de perigo junto de ambas as balizas. Foi o que aconteceu, embora com sinal mais para a equipa orientada por Rúben Amorim. Se o Marítimo assustou com remates de fora de área e com cruzamentos que atravessaram a área sem emendas, já o Sp. Braga mostrou capacidade semear o pânico em plena grande área insular.

Pouco depois da meia meia-hora, Paulinho atirou por cima e Ricardo Horta obrigou a Amir a grande defesa. Já em cima dos 45, valeu Zainadine a efetuar um corte ‘in extremis’ que manteve a vantagem mínima para o período de descanso.

Na reflexão proporcionada pelo regresso às cabines, José Gomes optou por trocar Bambock por Jorge Correa, numa tentativa de dotar a equipa de maior criatividade e qualidade de passe. O Marítimo voltou ao jogo mais assertivo nas marcações e ocupações dos espaços, mas por pouco tempo.

Perto dos 60, Paulinho e Trincão, obrigaram Amir a duas novas grandes defesas, com um minuto de intervalo. Em ambos os lances, a defesa maritimista não conseguiu sacudir a pressão, permitindo a construção do adversário junto à sua área.

O Sp. Braga parecia embalado para o segundo, mas acabou por sofrer o empate aos 65, numa altura em que se encontrava com menor um jogador em campo, em virtude da lesão sofrida por Sequeira. Diego Moreno tentou a sorte desde o ‘meio da rua’ e surpreendeu Matheus, que defendeu a bola de forma deficiente para a frente deixando-a à mercê da recarga de cabeça de Jorge Correa. O lance ainda foi demoradamente revisto pelo VAR, mas considerado válido.

Ainda havia tempo para contrariar a velha máxima do futebol (quem muito desperdiça arrisca-se a consentir), mas foi preciso sofrer para festejar. Erivaldo, perto dos 90, esteve muito perto do empate, falhando o alvo por pouco. E Getterson ainda chegou a festejar o 2-1, mas o avançado brasileiro estava em fora de jogo. Mas o Braga continuou a carregar (a entrada de Galeno foi demolidora) , produzindo inúmeras ocasiões de perigo, até que o golo do triunfo surgiu num lance de bola parada e praticamente no último minuto de dois que foram adicionados aos sete de descontos: canto batido desde a direita do ataque dos minhotos e Paulinho desviou de cabeça, com Amir a chegar tarde.