Petar foi uma Musa para a pantera e anulou, já em tempo de compensação, aquilo que podia ser o rótulo de visitante perfeito para o Portimonense. O Boavista perdeu os primeiros pontos possíveis em casa, os algarvios os primeiros fora e ambos sofreram o primeiro golo na condição em que jogavam este domingo. Contas feitas, um golo e um ponto para cada lado.

Um remate certeiro no final da primeira parte e outro no final da segunda contaram a história de um jogo quentinho e animado no Bessa e que permite à equipa de João Pedro Sousa manter o quinto lugar, em igualdade com o Sp. Braga, num dia para já só de empates na Liga: foi também assim em Barcelos e em Moreira de Cónegos. O Portimonense segue a um ponto dos portuenses.

Os visitantes desbloquearam o marcador numa das poucas – mas eficazes – aproximações na primeira parte: Fali Candé combinou bem pela esquerda com Anderson Oliveira e cruzou para Carlinhos receber na área, rodar e rematar perante a pressão de Hamache, para bater o experiente Bracali.

Apesar da diferença no marcador ao intervalo, poder-se-ia dizer que era enganadora face à produtividade ofensiva das duas equipas nos primeiros 45 minutos. Houve, em abono da verdade, mais Boavista nesse sentido. Mas faltou pontaria.

Musa foi o primeiro a tentar e, numa de duas ocasiões, tentou mesmo um ‘chapéu’ que saiu torto (24m). Pelo meio, o jovem lateral Pedro Malheiro, mais inibido numa fase inicial, soltou-se ao ataque com o tempo e obrigou Samuel à primeira grande defesa (15m) antes de ficar novamente perto do golo depois de uma recuperação de Nathan (34m).

Boavista-Portimonense: o filme do jogo

O golo sofrido foi um duro golpe para um Boavista que, nos primeiros minutos, teve dificuldade em sair a jogar perante a pressão alta do Portimonense, mas que foi ganhando capacidade com o decorrer do jogo.

Para a segunda parte, Yusupha rendeu Gorré e o Boavista continuou à procura do empate, mas o Portimonense mostrou-se competente a defender e também mais perigoso ao chegar à frente. Que o diga Bracali, que negou uma tentativa perigosa de Ewerton nascida de um lance bem combinado entre Angulo e Moufi pela direita (56m).

Com a aproximação ao final, cresceu a tensão e o jogo tornou-se, como é costume dizer-se, mais quentinho. Acentuado pela atmosfera efervescente e bonita do Bessa. Mas nem empolgado pelo público o Boavista conseguia desmontar a defesa algarvia: a espaços, houve mesmo várias perdas de bola evitáveis e dificuldade em segurar a bola e progredir com ela eficazmente.

João Pedro Sousa lançou Vukotic, Filipe Ferreira e estreou o reforço Ntep à procura de frescura pelo 1-1, mas o Portimonense ficaria, de novo, mais perto do golo e da sentença: não fosse uma tremenda defesa de Bracali e Anderson Oliveira tinha dobrado a vantagem (82m), que acabou por perder-se.

E se Bracali agarrou o Boavista ao resultado, Ntep saltou do banco na estreia para assistir para o golo da igualdade a Petar Musa, na estreia do avançado croata a titular. A pressão final deu frutos e não deixou ninguém totalmente satisfeito no fim.