Na presidência do FC Porto há 38 anos, Pinto da Costa assumiu, em entrevista à TVI, que a sua obra ainda não está terminada, lembrando que a construção de uma Cidade Desportiva está no topo da lista. 

«Nunca penso no que falta fazer. Acho que no FC Porto há sempre coisas para fazer. Diziam-me ‘já fizeste tudo, ganhaste tudo, fizeste um estádio, um pavilhão e o museu'. Quem fez foi o FC Porto, e eu tive a oportunidade de liderar nessa altura. Ainda há coisas que quero fazer: a Cidade Desportiva, que temos no pensamento e já na ação, e queria que o FC Porto estivesse sólido e unido quando eu sair. Em termos pessoais não estou à procura de fazer nada», referiu.

Questionado sobre se este mandato, o 15.º, seria o último, o dirigente acabou por não dar uma resposta concreta. 

«Costuma dizer-se: nunca digas nunca. Em diversas vezes já disse que era o último e até já disse que depois de acabar o mandato não me recandidatava. Mas depois, por circunstâncias diversas eu não saí. Nem vou dizer que é o último nem que não é», atirou.

Pinto da Costa também recusou abordar no nome do seu possível sucessor, referindo que apenas que gostaria que fosse alguém «com a mesma paixão pelo FC Porto». O presidente do FC Porto acrescentou que o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, reúne essas características. Sobre Villas-Boas, o líder máximo dos dragões recusou falar.

«Gostava que fosse alguém que sentisse o FC Porto, vivesse o FC Porto, trabalhasse para o FC Porto. O Rui Moreira é um dos que reúne essas características. Villas-Boas? Não quero interferir na vida dos outros clubes, não quero falar do Villas-Boas porque ainda vamos jogar contra o Marselha.O FC Porto não é uma monarquia. Se fosse teria de preparar o meu filho. Agora não é. Quem manda são os sócios. Se os sócios escolherem um aventureiro o problema é dos sócios. Isto não é meu. Nunca irei dar opinião, quem vier tem que ser a escolha dos sócios. A coisa pior que podia acontecer a quem me suceder era eu estar a dar conselhos. Gostava que tivesse a mesma paixão que eu pelo FC Porto, que ponha os interesses do clube acima de tudo e todos. A partir daí quero é vir ao futebol sem ter qualquer responsabilidade. No dia em que deixar de ser presidente quero ser apenas adepto do FC Porto», concluiu.