A FIGURA: Pizzi

Um líder movido a Duracell. Continua a falar-se do seu momento físico e de uma quebra que tão depressa parece notória como uma falácia completa. Na Feira, o médio foi o melhor, não só pelo golo. Claro que os três pontos que mantêm o Benfica na frente do campeonato têm a sua assinatura, o que influencia a nota, mas Pizzi foi, também, o principal dinamizador do ataque encarnado, ponto de convergência de todo o início de uma tentativa de jogada de ataque. Pelo que jogou e pelo que fez jogar, o homem do jogo não podia ser outro.

O MOMENTO: o golo, claro

Podia ter sido o lance do minuto 70 em que o Benfica se colocou tão a jeito pra sofrer a igualdade que nem Ederson sabe bem como evitou que a bola entrasse. Mas, como optamos por premiar o lado positivo do jogo, o destaque maior é, obviamente, o único pontapé certeiro em 90 minutos. Um lance em que o demérito da casa, numa defesa que demorou eternidades a afastar uma bola, e a sorte visitante, pelo ressalto ganho por Carrillo e tropeção na pior altura do rival, se misturou para dar a vitória e mais uma semana de liderança isolada aos encarnados.

NEGATIVO: claque No Name Boys

Destacar os adeptos do Benfica, no seu todo, seria profundamente injusto quando os protagonistas daquilo que de pior se viu na Feira estão bem identificados. A festejar o aniversário, a claque ligada ao Benfica atrasou o início do jogo atirando tochas para o relvado, voltou a fazê-lo depois do golo de Pizzi e até uma cadeira voou para a baliza de Vaná, que, não tendo uma reação inteligente, teve uma reação compreensível a quem tenta jogar futebol tão perto de um cenário destes.

OUTROS DESTAQUES

Ederson

Acabou por ser decisivo, sobretudo com duas defesas na segunda parte. Uma com mérito tremendo, numa saída aos pés de Etebo, outra com estrelinha da sorte a acompanhar, quando evitou um golo num lance em que só percebeu onde a bola estava quando esta esbarrou no seu pé. Mostrou toda a sua classe voando ainda para deter um remate de Vítor Bruno, já na reta final.

Zivkovic

Rui Vitória deu-lhe o papel de Rafa. Ou de Jonas. O sérvio, sem ser brilhante, cumpriu. A tendência para descair para as faixas foi evidente, o que deixou, várias vezes, Mitroglou demasiado sozinho entre os centrais. Mas a qualidade e o carinho com que tratou a bola foi o de sempre. Faltou-lhe ser mais incisivo na hora do ataque à baliza contrária.

Salvio e Mitroglou

Não foi noite para nenhum deles. Incrível a forma como o argentino desperdiçou um contra-ataque de quatro para um, praticamente, no primeiro tempo. Tal como incrível foi que o grego não tenha conseguido dar a tranquilidade à sua equipa na segunda parte, num lance em que nem havia guarda-redes na baliza.

Karamanos

Um belo jogador e uma atuação em esforço, mas recheada de pormenores de qualidade. Começou logo a criar perigo com um remate que saiu a rasar o poste da baliza do Benfica, continuou assistindo Luís Machado para nova tentativa errada na primeira parte e Etebo, na segunda. E ficou, ele próprio, outra vez perto de marcar no tal lance em que Ederson defendeu por instinto.

Etebo

Pecado capital ao falhar na cara de Ederson no início da segunda parte. O que penaliza a nota do nigeriano, um bom seguidor do futebol de Karamanos ao longo de praticamente todo o jogo. Faltou-lhe, num par de lances, ser mais rápido a decidir, mas a qualidade técnica é evidente.