O Belenenses continua dividido. O presidente do clube, Patrick Morais de Carvalho, deu esta quarta-feira uma conferência de imprensa para esclarecer as divergências com a SAD, e que motivar o corte de energia nas instalações desta última, antes da receção ao Sporting.

«Há aqui um mar enorme a separar-nos, que tem a ver com esta incapacidade financeira por parte da SAD em cumprir com os seus compromissos. O clube não pode continuar a financiar a atividade da SAD. Essa não é a função do clube. Enquanto isso não for alterado, é muito difícil haver um entendimento», começou por dizer o dirigente, antes de aprofundar a questão: «O plano de treinos, que nos é fornecido semanalmente pela SAD, dizia que a equipa iria treinar toda a semana no Estádio Nacional. Procedeu-se, durante algumas horas, à suspensão da eletricidade, numa altura em que, supostamente, os jogadores não estariam cá. O clube paga a eletricidade de todas as instalações da SAD, que deveria ter liquidado estes valores desde 30 de junho de 2013 e até agora nada.»

Patrick Morais de Carvalho adiantou que a SAD, gerida pela Codecity de Rui Pedro Soares, deve cerca de 500 mil euros ao clube, referentes a direitos de formação de antigos atletas, comparticipação da UEFA para a formação, consumos de eletricidade e água, entre outros. «A Codecity tem arrastado o nome do Belenenses para a lama. O clube tem de financiar a sua atividade, o futebol de formação, as modalidades e, apesar das dificuldades, não pede nada a ninguém e tem tudo em dia. Não exijam que sejamos nós a financiar uma operação comercial e mercantil detida por uma empresa», sublinhou.

De resto, o presidente do clube do Restelo assegurou que o clube «vai fazer valer os seus direitos no tribunal arbitral», ainda que tenha igualmente admitido que continuará «a ser o banco da Codecity até final desta época». «No final desta época será repensado, mas o clube não tem capacidade para financiar a atividade da Codecity e da SAD», afirmou, antes de voltar a assumir a intenção de readquirir a maioria do capital social da sociedade anónima, conforme já tinha avançado há cerca de três semanas, na última Assembleia-Geral.