Os Super Dragões vão ter de ficar a cerca de cem metros do Estádio Municipal 22 de junho, em Famalicão, para o jogo que o FC Porto ali disputa nesta quarta-feira, à porta fechada, para a 25.ª jornada da Liga, a primeira após a paragem provocada pela pandemia de covid-19.

Fernando Madureira, líder da principal claque portista, já tinha revelado a intenção de acompanhar a equipa à saída do hotel do estágio (em Espinho), depois no trajeto até Famalicão, e por fim passar o jogo a apoiar no exterior do estádio.

«[Os Super Dragões] Serão monitorizados por polícias, por spotters, e quando chegarem a Famalicão será criada um perímetro exterior, de mais ou menos 100 metros, pelo qual apenas podem passar os autocarros das equipas, elementos do staff e dirigentes, pessoas que vão trabalhar no estádio, e eventualmente algumas pessoas que possam ter de aceder às suas casa. Os grupos organizados, que estão a par disto, não podem entrar nesse perímetro», explicou o subintendente do Comando Distrital de Braga da PSP, Pedro Colaço.

Em conferência realizada esta quarta-feira, para explicar de forma que será acompanhado o regresso da Liga, foi ainda explicado que o dispositivo será sempre «adequado à avaliação de risco de cada jogo».

O superintendente Luís Elias enumerou ainda os «principais eixos da execução operacional»: «privilegiar o interior do estádio, para garantir a segurança do espetáculo e intervenientes; o perímetro exterior, para prevenir aglomerações de adeptos e eventuais ilícitos que coloquem em causa o espetáculo; locais com eventual transmissão de jogos, nomeadamente aqueles que diagnosticarmos previamente com situações de risco; o policiamento das cidades, nomeadamente nos dias de jogos de risco elevado, que podem exigir a aplicação de medidas especiais.»

A Polícia de Segurança Pública promete também estar atenta aos locais de estágio das equipas e aos itinerários, inclusive os aeroportos.

«Equacionaremos a utilização de drones com câmaras para vigiar os itinerários, zona dos estádios ou eventuais locais de concentração de adeptos», resumiu Luís Elias.

«Desaconselhamos deslocações para os estádios. Essa eventual deslocação é contraproducente e incoerente relativamente às medidas do Governo, que decidiu permitir a competição à porta fechada. Os adeptos não vão ver nada, mas estaremos preparados para a deslocação de alguns elementos aos estádios», acrescentou ainda o superintendente.

Na conferência de imprensa esteve presente também o comissário Iuri Rodrigues, coordenador do Ponto Nacional de Informações Desportivas, que garantiu que a PSP tem acompanhado também o exemplo de outros países que já retomaram o futebol.

«Temos estado em contacto com colegas de outros países, e temos notado diferentes comportamentos. Em alguns casos, como o alemão, o cumprimento tem sido de salutar. Os incidentes têm sido diminuídos, mas mais para o centro da Europa, em países como Rep. Checa ou Croácia, tem existido constante desrespeito pelo distanciamento, e algumas situações em que as forças policiais tiveram de intervir, para impedir confrontos ou para garantir o distanciamento social», revelou.