Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, em declarações na conferência de imprensa que se seguiu ao empate da sua equipa em Portimão, nesta quinta-feira.

«Quando não ganho não fico feliz. Foi um grande jogo entre duas grandes equipas e com filosofias de jogo muito positivas, mas aqui só tínhamos uma intenção: vencer. Criámos oportunidades em casa de um adversário em que outras equipas não pontuaram.

Na 1ª parte entrámos lentos na circulação porque tínhamos que mexer com o nosso adversário para encontrar espaços porque o Portimonense é uma equipa bem organizada e procurámos dar um incremento com o João Novais que podia vir buscar jogo, assistir e rematar, que é uma coisa que ele faz muito bem, e tem uma mobilidade diferente e a verdade é que em certa medida resultou. O Portimonense foi altamente eficaz, na primeira vez finalizou e deixou a minha equipa intranquila. Reagimos e tivemos a oportunidade do Paulinho para igualar.

Na minha opinião o golo do empate deveria ter chegado mais cedo, mas fomos sempre à procura de incrementar dinâmica, pressão. Acabei por substituir o Dyego porque passou uma semana difícil, com dores nas costas e em que até equacionámos se poderia, ou não, ser utilizado. O Wilson tem que ser mais arrojado e meter a cabeça onde o guarda-redes meteu o pé, não pode deixar passar a oportunidade de ganhar o duelo e provocar ali uma expulsão... era essa a intenção quando o passei para dentro: dar movimentos de profundidade. A mesma coisa aconteceu com o Horta. Mas se no último jogo fomos bem eficazes tendo em conta as oportunidades que criámos, hoje diria que foi ao contrário.»

[o que quis acrescentar à equipa com a aposta em João Novais?]

«Exatamente a primeira oportunidade de golo que tivemos: uma diagonal a assistir o Paulinho para o deixar na cara do guarda-redes. Este lance serve exatamente para responder à pergunta.»

[como explica a expulsão?]

«Foi um equívoco. A bola estava em cima da linha e gesticulei a dizer que estava dentro e o árbitro entendeu que foram protestos excessivos. A única coisa que disse foi a bola não foi fora, a bola não foi fora, e fiz os gestos. Nada mais. O árbitro entendeu que me devia expulsar. Mas já tive oportunidade de falar com ele e disse-me que não foi o conteúdo, foi a forma como o disse.»

[Derrota do FC Porto no clássico dava mais jeito às pretensões do Braga?]

«Para nós é indiferente, queremos fazer o nosso caminho. A nossa equipa para estar na luta tem que fazer das tripas, coração. E temos feito. Temos também um grande espírito de grupo, uma grande identidade e compromisso coletivo, e sabemos que há jogos e fatores que não controlamos. Desejo que seja um grande espetáculo e que vença a equipa que merecer.»