A SAD do FC Porto comunicou esta sexta-feira à CMVM as contas relativas ao terceiro trimestre do ano (entre 1 de janeiro e 31 de março), as quais destacam um resultado positivo de 553 mil euros: um lucro pequeno, portanto, mas ainda assim lucro.
 
No entanto, recorde-se, este foi o período em que o FC Porto vendeu Danilo ao Real Madrid por 31,5 milhões de euros.
 
Refira-se que em igual período da época passada o FC Porto tinha dado um prejuízo de 9,4 milhões de euros.
 
Ora para esta melhoria dos resultados líquidos muito contribuiu, para além da venda de Danilo, claro, a boa performance desportiva da equipa na Liga dos Campeões.
 
As provas da UEFA renderam um ganho nestes três meses de 4,1 milhões de euros (23,8 desde o início da época), contra 1 milhão (7,3 desde o início da época) do ano passado.
 
É um aumento superior a 400 por cento, portanto. Mas que não está sozinho.
 
Alavancado pela boa Liga dos Campeões, o FC Porto aumentou também as receitas de bilheteira (mais 500 mil euros, num total de 1,8 milhões em três meses), as receitas com transmissões televisivas (mais 1,3 milhões, num total de 5,4 milhões nestes três meses) e as receitas com publicidade (mais 100 mil euros, num total de 3,5 milhões).

Tudo somado, e em relação a igual período do ano passado, o FC Porto aumentou as receitas em 5 milhões de euros (15,9 milhões no terceiro trimestre da época passada, contra 20 milhões neste terceiro trimestre desta temporada).
 
No entanto, e a estas receitas, há que somar ainda a venda de Danilo: para já entraram nos cofres do FC Porto dez milhões de euros, estando ainda em dívida cerca de 21,5 milhões.
 
Ora as receitas aumentaram muito, é verdade, mas as despesas também aumentaram em relação à época passada. O que pode explicar-se sobretudo com o aumento da folha salarial, num ano em que o FC Porto aposto na composição de um plantel forte.
 
Os custos com pessoal no terceiro trimestre do ano aumentaram de 14,7 milhões na época passada, para 18,2 milhões esta temporada. O que foi determinante para o total de custos terem aumentado de 25,7 milhões para 29,3 milhões.
 
Refira-se de resto que ao longo de toda a época, contando os nove meses e não apenas os três do terceiro trimestre, os gastos com pessoal aumentaram de 39,3 milhões o ano passado para 54,2 milhões este ano.
 
Feitas as contas, portanto, o FC Porto aumentou as receitas, aumentou a despesas e no final deu um lucro de 500 mil euros neste terceiro trimestre.
 
Por fim, diga-se ainda que a SAD do FC Porto aumentou o passivo, no espaço de um ano (desde 31 de março de 2014 para 31 de março de 2015) em 80 milhões de euros. Há um ano o passivo era de 209 milhões, agora é de 284 milhões.
 
Este aumento enorme do passivo, porém, acaba por diluído num movimento financeiro: o FC Porto passou a incluir a Euro Antas na SAD, o que permitiu aumentar o ativo praticamente para o dobro: de 177 milhões o ano passado para 340 milhões este ano.
 
A SAD tem por isso, e graças a este movimento financeiro, um ativo (340 milhões) superior a passivo (284 milhões).