Sexta-feira, 27 de agosto. Se está a ler esta crónica no dia em que a escrevemos, convidamo-o a dar espreitar o cabeçalho do Maisfutebol ou a clicar no ícone da classificação da APP.

Sim, o recém-promovido Estoril dorme líder. Dez pontos em quatro jogos. Espantoso? Sim. Coincidência? De todo.

O campeão da II Liga passada tem posto os adversários na linha desde que regressou ao convívio dos grandes: Arouca, Paços de Ferreira e, agora Marítimo, que regressa ao Funchal com uma derrota apesar da boa réplica deixada no António Coimbra da Mota.

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Com Chico Geraldes em franca evidência nos 20 minutos iniciais, o Estoril teve menos bola, mas melhor relação com ela. Mais esclarecido e capaz de se acercar mais vezes da baliza contrária.

O médio formado no Sporting foi bem apoiado por Chiquinho e, claro, pelo inevitável Miguel Crespo, uma das figuras da equipa da linha na época do regresso à primeira.

Aos 14 minutos, a primeira jogada digna de registo da noite, com André Clóvis a picar sobre Paulo Victor e Leo Andrade a negar a emenda final de Geraldes.

Altamente competitivo – à imagem das equipas de Julio Velázquez – o Marítimo foi, no entanto, menos criterioso com bola, tendo mais dificuldades para chegar a ataque, entregue a André Vidigal e a Alipour.

O ligeiro ascendente canarinho foi premiado pouco antes da meia-hora. Miguel Crespo recebeu a bola, ultrapassou Rossi e rematou para o 1-0.

A reação do Marítimo não foi imediata, mas chegou. Mais refletida do que no resultado do que no crescimento da equipa de Julio Velázquez, diga-se. Mas chegou, repetimos, pela insistência de Cláudio Winck que, depois de ganhar uma dividida a Joãozinho apareceu na zona da meia-lua para tabelar com Alipour e rematar para o golo do empate numa diagonal rara, mas sagaz, do lateral-direito do maritimista.

No regresso dos balneários, o jogo tornou-se mais intenso, mas o Estoril fez mais para agarrar os três pontos perante um Marítimo que caiu a pique após ver-se novamente em desvantagem aos 59 minutos, quando Chiquinho fez, com classe, o 2-1 final depois de ultrapassar um receoso Leo Andrade, que já tinha um amarelo e arriscaria a expulsão.

Daí até final, e apesar das substituições dos insulares - três de uma assentada - para tentarem mudar o rumo do jogo, deu mais Estoril, que, com mais bola do que nos 45 minutos iniciais, criou o suficiente para alcançar o golo que lhe daria total tranquilidade.

Não chegou, mas há várias ilações a tirar deste jogo sobre os homens de Bruno Pinheiro. Uma: não precisam de ter muita bola para serem perigosos. Duas: são mais perigosos com ela, como o são, no fundo, todas as equipas que se sentem confortáveis desta forma.