* Por Rui Pedro Paiva

O Rio Ave venceu o Santa Clara por 1-0, com o golo decisivo dos visitantes a ser apontado por Piazon, a abrir a segunda parte, num encontro onde a equipa de Vila de Conde foi superior aos açorianos.

Na partida para o encontro, e separadas por dois pontos, as duas equipas tinham os ‘olhos postos’ na vitória. A equipa da casa procurava consolidar o ciclo de vitórias (como disse João Henriques na antevisão), depois da vitória frente ao Desportivo das Aves, na jornada passada, após sete jogos sem vencer no campeonato. Já o Rio Ave procurava o regresso aos triunfos, após o desaire frente ao Marítimo por 1-0.

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O Santa Clara foi a primeira equipa a criar perigo. Logo no primeiro minuto, lance bem trabalhado pelo ataque dos açorianos, cruzamento de Lincoln, e um espetacular remate acrobático de Carlos Júnior para grande defesa de Kieszek. O lance foi anulado por fora de jogo, mas ficou dado o aviso.

Reagiu o Rio Ave aos 7 minutos. Bola longa, lance aparentemente controlado pela defensiva do Santa Clara, Fábio Cardoso facilitou e Mehdi, em esforço, fez um chapéu quase perfeito a Marco. A perfeição do lance embateu na barra. Os açorianos respiraram de alívio.

Ambas as equipas disputaram o domínio da posse de bola. Nesse capítulo, o Rio Ave levou a melhor, garantido o controlo do jogo, e procurando as mudanças de flanco rápidas, através de bolas longas, para penetrar no último terço do terreno.

Com o passar do tempo, o domínio do Rio Ave aumentou. Quando o Santa Clara recuava, os de Vila de Conde mantinham a paciência e guardavam a bola só para si, trocando o esférico ao longo de todo o terreno com passes curtos. Uma espécie de tiki-taka, dir-se-á.

O problema estava no último passe, onde o Rio Ave não mostrava acerto. O Santa Clara por sua vez, quando tinha bola procurava ser mais pragmático. Num desses lances, aos 26 minutos, Santana, sempre batalhador na frente, rematou forte para defesa segura de Kieszek.

Com o desenrolar da primeira parte, o Santa Clara conseguiu equilibrar o jogo e a posse de bola, mas os açorianos só conseguiam criar perigo através dos remates de longe de Santana. Aos 35m, o avançado brasileiro voltou a tentar, Kieszek, seguro, agarrou.

Após este período, o Rio Ave voltou a ficar por cima no encontro, dominando por completo a posse de bola. Apesar de várias investidas próximas da baliza adversária, as oportunidades de golo não surgiram. Final da primeira parte: Rio Ave com 61 por cento de posse de bola, mas 0-0 no marcador.

O que faltou ao Rio Ave na primeira parte chegou na segunda. Aos 51 minutos, Lucas Piazon, com todo o espaço do mundo, decidiu apostar no pragmatismo com um remate fora da área que só acabou no fundo das redes açorianas. Apesar de colocado, fica a sensação de que Marco, que se queixou de não ter visto a bola partir, podia ter feito mais – nem que fosse fazer-se ao lance.

O Santa Clara tentou a reação, balanceando-se mais para o ataque. Dez minutos após o golo sofrido, a equipa da casa iria desperdiçar uma boa oportunidade para fazer o empate. Após lançamento longo, o reforço de inverno e recém-entrado Costinha esteve perto da estreia de sonho, não fosse o remate ter saído por cima da baliza adversária.

O jogo tornou-se mais aberto e repartido, com ambas as equipas a procurar levar perigo à baliza adversária.

Com o tempo a passar, o Santa Clara começou a forçar o empate. Aos 75m, Schettine, lançado do banco, depois de uma boa jogada individual, rematou para uma crucial defesa de Kieszek.

O Rio Ave, contudo, não se inibia de aproveitar os espaços deixados pelo adversário. Num contra-ataque rápido, após canto a favor do Santa Clara, Nuno Santos levou perigo à baliza de Marco. Mas, o Santa Clara continuava a crescer e a colocar em perigo a baliza vila-condense. Santana, aos 80m, por uma nesga não chegou a tempo e viu a intenção negada pelo guardião adversário.

César, aos 81m, com um remate que pretendia ser um cruzamento, acertou na barra, num lance, que, contudo, parecia controlado por Kieszek.

O Santa Clara, como muita vontade, acabou o jogo em ‘cima’ do Rio Ave. A equipa de Carvalhal soube sofrer e os açorianos, mais com o coração do que com a cabeça, não acertaram nas redes de Kieszek.