Há clássicos e clássicos.

Para os lados de Alvalade, o sofrimento tem sido uma das tradições mais repetidas.

Anos e anos de sofrimento que não apagam a chama de quem segue o clube do leão rampante.

E por isso, perante a possibilidade de o Sporting voltar a ser campeão, algo que não estava tão próximo há muito tempo, percebe-se a euforia dos milhares de adeptos que foram receber a equipa para o jogo diante do Nacional, último classificado da Liga.

Mas se o apoio deu força aos jogadores de Amorim, não afastarou o sofrimento. Esse clássico.

Ajudou também o facto de Allhassan ter sido expulso à entrada dos últimos 20 minutos, quebrando um pouco a muralha insular.

Ainda assim, foi preciso esperar, esperar e quase desesperar para o Sporting desatar o nó e soltar o grito na garganta.

Que o diga Paulinho. O avançado que luta, trabalha, mas para quem o golo está muito caro. Ainda marcou na primeira parte, mas havia fora de jogo de Pedro Gonçalves. Depois, mesmo antes do intervalo, num belo movimento de ponta de lança, acertou em cheio no poste. E em mais um par de ocasiões acertou… em António Filipe.

Depois, perto do último suspiro, lá chegou a tranquilidade em forma de golo.

Um golo tardio, sim, mas não só. Um golo marcado por um central. Outro clássico nesta época leonina.

Em vez de Coates, o protagonista foi agora Feddal. Após assistência de Jovane, aos 83 minutos, o defesa marroquino abriu o marcador e deu alguma justiça a um Sporting que foi quase sempre melhor.

Mas para não parecer que o guião estava todo escrito antes, a equipa de Amorim ainda foi a tempo de conseguir algo que não fazia há quase dois meses e meio: vencer por dois golos de diferença.

Na origem de tudo, é preciso dizê-lo, esteve o clássico passe a rasgar de Coates, que lançou a correria de Jovane, derrubado na área por Rui Correia.

Na conversão, um penálti clássico, para não destoar. O mesmo Jovane atirou ao ângulo direito, e António Filipe atirou-se para o lado contrário.

E agora, com quatro jornadas para o fim do campeonato, o leão mantém seis pontos de vantagem para o FC Porto, segundo classificado.

Não parece muito, até pelo histórico do sofrimento leonino, mas a próxima jornada pode ajudar a facilitar as contas. Dependendo do que acontece no Benfica-FC Porto. Um Clássico.