E ao sexto jogo da pré-temporada... o Sporting perdeu. Na despedida do estágio na Holanda, a formação leonina foi derrotada pelo Twente.

Um golo logo a abrir, aos seis minutos, e outro a fechar, já no período de descontos, fizeram o resultado.

A derrota, talvez muito pouco curiosamente, coincidiu com a exibição menos dinâmica e fogosa do Sporting. Um Sporting que entrou mal no jogo, cometeu erros na defesa, não teve profundidade na primeira parte e apenas mostrou um ar da sua graça em 25 minutos do segundo tempo.

Naqueles 25 minutos que passaram entre o regresso dos balneários e a expulsão de Maurício, numa daquelas infantilidades de que o Sporting foi pródigo durante este jogo.

O brasileiro, que já tinha um cartão amarelo por uma falta dura na primeira parte, respondeu a um cruzamento na área adversária com a mão, fez golo, é verdade, mas foi invalidade e ele foi expulso.

Estavam decorridos 71 minutos e a partir daí o Sporting deixou de ter capacidade para comandar o jogo. Só num remate de João Mário, após mau alívio do guarda-redes, a equipa esteve perto do golo. Muito pouco, claro, quando se esperava que o Sporting fosse com tudo atrás do empate.

A segunda parte até então estava a ser bem melhor do que a primeira. Marco Silva lançara ao intervalo Paulo Oliveira, Oriol Rosell, Capel e Montero para os lugares de Eric Dier, William Carvalho, Carlos Mané e Tanaka e a verdade é que o Sporting melhorou muito.

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Melhorou sobretudo pela capacidade de pressão de Rosell, pela profundidade de Capel e pela dinâmica de Montero: três qualidades que os titulares não estavam a ter.

William Carvalho fez o primeiro jogo a titular esta temporada, depois de alguns minutos na vitória sobre o Utrecht, e mostrou que ainda está muito longe da boa forma. Pesado, arrastou-se pelo centro do relvado e somou maus passes nas saídas para o ataque, algo que não é nada normal nele.

Ora com as substituições, dizia-se, o Sporting melhorou muito na segunda parte.

A equipa corria atrás do resultado, depois de Luc Castaignos marcar logo aos seis minutos, Adrien Silva subiu muito rendimento, o Sporting ganhou por fim dinâmica e profundidade.

Finalmente podia ver-se o que se tornava óbvio nos jogos anteriores: uma equipa com trocas constantes de posição, a atacar com muita gente e que encontrava soluções para estender o jogo. 

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O Twente, um adversário difícil, que foi terceiro classificado na época anterior, não conseguia travar o futebol leonino. A segunda parte arrancou com André Martins a falhar isolado na cara do guarda-redes, continuou com uma grande oportunidade desperdiçada por Adrien Silva numa recarga com o guarda-redes no chão e teve ainda dois remates perigosos de Montero ligeiramente ao lado.

Até que, lá está, a expulsão de Maurício interrompeu este ciclo.

Até ao fim, só o golo do Twente voltou a ser notícia. Um remate de Quincy em arco que bateu Luís Ribeiro e tornou pesada uma derrota que castiga a tarde desinspirada do Sporting.

A primeira parte terminara sem deixar saudades.

O Sporting entrou mal e a cometer muitos erros. Logo aos seis minutos, por exemplo, Eric Dier deixou Luc Castaignos fugir-lhe nas costas, Jefferson não fechou o espaço interior e o ponta de lança cabeceou à vontade para o primeiro golo.

Logo a seguir William Carvalho perdeu uma bola no meio-campo, o Twente saiu rápido, cruzou para a área e Mokhtar falhou na cara de Marcelo Boeck.

A velocidade da formação holandesa no ataque criava extremas dificuldades ao Sporting, que falhava na pressão a meio campo. A partir dos vinte minutos, equilibrou a posse de bola, obrigou o adversário a recuar, mas não teve profundidade.

Tinha bola, é verdade que sim, mas não criava situações de finalização.

A segunda parte haveria de ser melhor, mas vinte e cinco minutos foi curto para marcar a um bom adversário. No teste mais exigente do estágio na Holanda, o Sporting somou a primeira derrota.

Depois das vitórias sobre a seleção dos Açores, o Belenenses, o Benfica, o Aquiles 29 e o Utrecht, chegou a primeira derrota: a pior notícia é que acabou por ser uma derrota justa, por números exagerados.